Torne-se perito

Decretado o fim da pandemia da gripe A

Portugal vai continuar a apostar na vacinação e na vigilância contínua do vírus H1N1

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou ontem o fim da pandemia de gripe A, responsável pela morte de mais de 18 mil pessoas em todo o mundo. No entanto, prevenção continua a ser a palavra de ordem. A OMS não exclui a possibilidade de se registarem mais casos de pessoas infectadas nos próximos anos e em Portugal as autoridades de saúde garantem que nada será alterado no que diz respeito à contenção do vírus.

Francisco George, director-geral da Saúde, disse ao PÚBLICO que, apesar de esta decisão da OMS já ser esperada, "faz sentido as pessoas continuarem a proteger-se", nomeadamente através dos serviços de vacinação, porque é expectável que "a estirpe continue a circular nas semanas frias do ano". Para prevenir uma nova propagação do vírus, o director-geral da Saúde garante que será criado um "novo impulso de vacinação a partir do Outono" e manter-se-á a gratuitidade das vacinas para os grupos de risco, já garantida pelo Ministério da Saúde. "Quem tem mais de 65 anos ou doenças crónicas deve fazer vacina sazonal trivalente, que inclui também este vírus", apela Francisco George, aconselhando também os restantes cidadãos a imunizarem-se em relação ao vírus H1N1.

Segundo Francisco George, foram contabilizados cerca de um milhão de casos de gripe A em Portugal, dos quais resultaram 124 mortos e 193 internamentos nos cuidados intensivos. Ainda segundo o mesmo responsável, a actividade do vírus verificou-se sobretudo entre Agosto de 2009 e Fevereiro de 2010, tendo sido Novembro o mês em que a estirpe atingiu a sua expressão máxima.

Os apelos das autoridades de saúde portuguesas seguem na mesma tónica do anúncio da OMS, que, apesar da decisão, garante que o vírus não se extinguiu. "O mundo não está mais na fase seis de alerta pandémico. Passámos para a fase pós-pandémica. O vírus H1N1 já cumpriu a quase totalidade do seu percurso", referiu a directora executiva da OMS. No entanto, Margaret Chan fez questão de sublinhar que o fim da pandemia não significa que o vírus tenha desaparecido e admitiu a possibilidade de virem a ser registados novos casos de gripe A nos próximos anos.

Sugerir correcção