Confirmada a previsível reeleição do Presidente do Ruanda

Os números oficiais dão-lhe praticamente 93 por cento dos votos expressos, numas presidenciais marcadas pela repressão a que têm sido sujeitos os que criticam e se opõem ao homem que chegou ao poder em 1994, depois de a sua Frente Patriótica Ruandesa ter derrotado os responsáveis por um genocídio em que morreram cerca de 800 mil pessoas.

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Os números oficiais dão-lhe praticamente 93 por cento dos votos expressos, numas presidenciais marcadas pela repressão a que têm sido sujeitos os que criticam e se opõem ao homem que chegou ao poder em 1994, depois de a sua Frente Patriótica Ruandesa ter derrotado os responsáveis por um genocídio em que morreram cerca de 800 mil pessoas.

“É na verdade a coroação de Kagamé. Não creio que se possa falar de eleições genuínas”, comentou à Reuters Muzong Kodi, analista de assuntos africanos da Chatham House. “Os resultados foram decididos com meses de antecedência, pela forma como a oposição foi tratada e a dissidência esmagada”.

Os únicos outros candidatos autorizados eram todos eles fiéis do general Kagamé, que só se apresentaram ao eleitorado para que não se dissesse que não havia alternativas.

O Presidente-rei apareceu com a família num estádio da capital Kigali, dançou e agradeceu aos que nele tinham votado, mantendo quase intactos os 95 por cento dos votos que conseguira nas eleições de 2003.

Em algumas das assembleias a afluência às urnas já era de cem por cento muito antes da hora inicialmente prevista para o fecho das mesmas, ao princípio da tarde, contou o presidente da Comissão Nacional de Eleições, Chrisilogue Karangwa.