Para quem acha que os solários, por bronzearem a pele em pouco tempo, não acarretam tantos problemas como as longas horas de exposição ao sol, o dermatologista João Abel Amaro deixa um aviso: "A frequência de solários duplica o risco de melanoma." Isto porque apenas 20 minutos de solário equivalem a um dia e meio de praia.

Em 2009, a Agência Internacional dos Estudos do Cancro publicou mesmo um trabalho sobre este tema onde dizia que os solários fazem tanto mal à saúde como fumar ou como o amianto - uma fibra mineral natural extraída de certas rochas e que é muito tóxica. Segundo a agência, a proximidade com que a radiação artificial é emitida aumenta em 75 por cento o risco de melanoma. Apesar de a radiação ultravioleta A ser menos cancerígena que a B, penetra mais fundo na pele, o que levou a agência a emitir recomendações à Organização Mundial de Saúde no sentido de classificar as máquinas de bronzeamento artificial como cancerígenas. Agora, estão no grupo dois, isto é, nas "provavelmente cancerígenas".

A legislação portuguesa já proíbe a utilização de solários por menores de 18 anos e muitos espaços fazem algumas perguntas aos clientes para excluírem pessoas a quem a radiação pode trazer mais problemas. Ainda assim, em 2009, quase metade dos solários alvo de investigação da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica violavam a lei - um número semelhante ao encontrado pela Deco - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor. R.B.S.A Agência de Estudos do Cancro quer que as máquinas de solários passem a ser consideradas cancerígenas