Ensino superior: Há mais vagas, mas não nos cursos de Medicina

Começa amanhã a candidatura à 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior. Os candidatos têm à sua disposição quase 54 mil lugares, o que representa um crescimento do número de vagas em quatro por cento comparativamente com 2009.

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Começa amanhã a candidatura à 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior. Os candidatos têm à sua disposição quase 54 mil lugares, o que representa um crescimento do número de vagas em quatro por cento comparativamente com 2009.

Para a tão disputada Medicina, o Governo aprovou apenas mais três vagas do que em 2009. Ao todo, são 1661 lugares, dos quais apenas 1516 estão a concurso nacional. Os restantes serão para as escolas superiores militares (10) e para candidatos já com licenciatura (135).

As vagas a Medicina têm subido desde 2004, de 1185 para 1661, o que corresponde a 40 por cento de aumento. Este crescimento tem sido muito criticado pela Ordem dos Médicos (que considera que têm sido abertos lugares a mais). Contudo, as médias de entrada continuam a ser as mais altas de todo o ensino superior.

No ano passado, o último candidato a entrar na Universidade do Porto tinha uma média de 183,7 (numa escala de 0 a 200). E 178,5 foi a última nota de entrada em Medicina na Universidade da Beira Interior. Paralelamente, continua a haver muitos candidatos que optam pelos ciclos básicos (nas universidades dos Açores e da Madeira), por outros cursos de saúde (da Enfermagem à Fisioterapia, da Informática para a Saúde à Engenharia Biomédica) ou que escolhem Medicina noutro país – anualmente cerca de mil portugueses ingressam em universidades espanholas.

Segundo um comunicado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, entre 2004 e 2010 o número de lugares disponibilizados em concurso nacional e concursos locais aumentou de 46.673 para 53.986 – mais sete mil vagas – o que se deve, em parte, à oferta criada para candidatos já com licenciaturas que puderam ingressar em Medicina.

Na semana passada, Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, pediu aos portugueses para voltar à escola e aqui está a oportunidade, pois a oferta de formação em horários pós-laborais cresceu. Entre os 92 novos cursos aprovados, para entrar em funcionamento no próximo ano lectivo, várias dezenas são formações em horário pós-laboral como Engenharia Geográfica, na Universidade de Lisboa, ou Estudos Culturais, na Universidade do Minho. No total, existem 5870 vagas em horários pós-laborais, distribuídas por 180 cursos, mais 1600 lugares e 45 formações do que em 2009/2010.

Numa época em que o número de jovens inscritos no ensino superior tem vindo a decair, muito devido ao declínio demográfico, têm sido os adultos a fazer com que o número de alunos no ensino superior se mantenha relativamente estável. E são os cursos de especialização tecnológica (CET) e as formações para maiores de 23 anos (M23) que têm ajudado a equilibrar as contas das instituições – que são financiadas, em grande medida, pelo número de estudantes inscritos. Os CET são oferecidos sobretudo nos institutos politécnicos. Havia 206, em 2004, este ano que agora terminou foram já 3492. No próximo ano lectivo a oferta sobe para cerca de 4600 vagas. Também as formações para os M23 têm aumentado.

A 1.ª fase do concurso decorre até dia 23. De 2 a 6 de Agosto apresentam candidatura os alunos que se apresentaram à 2.ª fase dos exames. A candidatura pode ser feita on-line em http://www.dges.mctes.pt.