Menezes é cúmplice do Governo, diz a CDU

Foto
CDU considera insólita a posição da câmara sobre portagens nas Scut PAULO PIMENTA

Comunistas de Gaia estranham silêncio do presidente da câmara em questões importantes

A CDU de Vila Nova de Gaia considera "significativo" que "se tenha deixado de ouvir a voz reivindicativa" da Câmara de Gaia e do seu presidente, Luís Filipe Menezes, relativamente a um conjunto de matérias que os comunistas consideram lesivas para o concelho. Ontem, em conferência de imprensa, os eleitos da coligação na assembleia municipal gaiense classificaram como "insólita, solitária e até incompreensível" a posição da autarquia sobre a cobrança de portagens em auto-estradas Scut que atravessam o município, estranhando ainda o silêncio de Menezes no que diz respeito aos atrasos na construção do novo centro hospitalar e da ligação do metropolitano a Vila d"Este.

"A generalidade dos concelhos do Norte, a Junta Metropolitana do Porto e várias freguesias tomaram posição contra as portagens nas Scut, mas, na Câmara de Gaia, a maioria inviabilizou as moções que foram apresentadas, colocando-se ao lado do Governo", disse Jorge Sarabando (ver noticiário da página 17). "Não vemos intervenção pública, mas sim cumplicidade", acrescentou o deputado municipal, referindo-se também à posição da autarquia face a medidas resultantes de um Plano de Estabilidade e Crescimento que, consideram, será "desastroso" para Gaia.

Os comunistas criticaram ainda o facto de, finda a última campanha eleitoral autárquica, Luís Filipe Menezes ter esquecido a promessa de extinguir ou fundir algumas empresas municipais, impedindo mesmo que a questão seja discutida na assembleia municipal. A CDU criticou também o facto de a autarquia boicotar o acesso da oposição a uma publicação municipal.

Os comunistas chamaram ainda a atenção para o facto de a autarquia ter optado por fixar os aumentos máximos no Imposto Municipal sobre Imovéis, na derrama e nas várias taxas municipais, penalizando a generalidade dos habitantes de um concelho com graves carências. Criticada foi ainda a situação financeira da autarquia, a baixa execução orçamental e o avanço, sem estudo de impacte ambiental, do Plano de Urbanização da Barrosa. Aqui, considera a CDU, vai ser cometido um "grave erro urbanístico e ambiental", eliminando-se uma mancha verde para construir mais um centro comercial (IKEA), que complicará ainda mais o trânsito.

Sugerir correcção