S. João da Madeira corta nas festas e sai da Volta a PortugalPoupar

Câmara também desistiu do projecto dos comboios frequentes, depois de a Refer ter apresentado um orçamento superior em 150 por cento ao inicial

700 mil

euros é quanto a Câmara de São João da Madeira se propõe poupar até ao final do ano. Vai cortar nas despesas que "não são imprescindíveis ou urgentes", diz Castro Almeida.Para manter as contas equilibradas, numa altura de acentuada quebra nas receitas, a Câmara de São João da Madeira decidiu emagrecer o apoio à organização das festas da cidade e não acolher a chegada da Volta a Portugal em bicicleta, que no ano passado lhe custou cerca de 60 mil euros. Há já alguns meses que a iluminação pública está a ser reduzida depois da meia-noite e as 11 escolas do 1.º ciclo acabam de ser contactadas para pouparem água, luz e gás. A ideia é gerirem a mesma verba do ano passado, e o que conseguirem poupar será repartido pelas escolas e câmara.

A autarquia vai ainda extinguir a empresa municipal Mobilidade São João, que se encontra praticamente inactiva, e adiar o processo de activação de comboios frequentes. "A nossa disposição é manter o equilíbrio orçamental e isso tem consequências", adiantou ontem Castro Almeida, presidente da autarquia são-joanense, em conferência de imprensa.

O autarca quer poupar 700 mil euros até ao final do ano. A nível interno, os objectivos passam por reduzir 20 por cento na representação dos serviços, 15 por cento em material de escritório, 20 por cento em comunicação e publicações, mais oito por cento em electricidade, 15 em telefones e correio e cinco em gás. "Em primeiro lugar, temos que combater desperdícios ou gastos inúteis. Em segundo, temos que cortar despesas que seriam úteis mas não são imprescindíveis ou urgentes", sublinhou.

"Decidimos adiar o processo de instalação de comboios frequentes, já que a Refer nos comunicou um custo de obra 150 por cento acima do valor que a própria Refer tinha inicialmente estimado", revelou Castro Almeida. Os 2,7 milhões de euros aumentaram para mais de sete milhões. Este projecto, que estava previsto arrancar no próximo ano, incluía a aquisição de três composições para o reforço das circulações diárias na Linha do Vale do Vouga em cinco paragens, do limite norte ao extremo sul do concelho. "Como sempre disse, é uma obra útil no futuro, mas não é urgente. Como não há dinheiro suficiente, será adiada".

De fora dos planos de poupança ficam os apoios à infância e aos idosos. Nestes sectores, a ideia passa, aliás, por aumentar a despesa, nomeadamente na alimentação das crianças de escolas que não podem comportar esse custo e no pagamento de medicamentos aos idosos mais carenciados. Castro Almeida vinca que as taxas de loteamento e obras em São João da Madeira caíram quase 50 por cento nos primeiros cinco meses deste ano, quando comparado com o mesmo período do ano passado.

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