Amin Maalouf distinguido com o Prémio das Astúrias 2010

O escritor franco-libanês Amin Maalouf, que um dia disse que "quando contamos histórias contribuímos para enriquecer a memória dos outros", foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras 2010.

O júri do prémio, atribuído por maioria ontem em Oviedo, Espanha, justificou a sua escolha dizendo que o escritor, "através da ficção histórica e da reflexão teórica, tem conseguido abordar com lucidez a complexidade da condição humana." Consideraram que "com uma linguagem intensa e sugestiva Amin Maalouf coloca-nos no grande mosaico mediterrâneo de línguas, culturas e religiões para construir um espaço simbólico de encontro e entendimento".

O autor de As Cruzadas Vistas pelos Árabes, do romance Leão Africano, de Samarcanda e de O Rochedo de Tanios (Prémio Goncourt 1993) tem 61 anos. Nasceu em Beirute, estudou Economia Política e Sociologia, e exilou-se em Paris nos anos 1970 por causa da guerra civil no Líbano. Foi muitos anos jornalista e no ensaio O Mundo sem Regras, publicado em 2009, aquele que é considerado uma das vozes mais importantes da literatura árabe, questiona-se: será que o momento de convulsão que se vive pode conduzir à elaboração de uma visão adulta das crenças e das diferenças de cada um de nós?

O Prémio Príncipe das Astúrias das Letras tem um valor monetário de 50 mil euros e nesta edição surgiram 27 candidaturas de vários países. José Saramago, John Le Carré, Alice Munro, Harold Bloom, Javier Marías, Arturo Pérez Reverte e Elena Poniatowska estavam entre os possíveis candidatos. No ano passado o prémio foi atribuído a albanês Ismaíl Kadaré.

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