Torne-se perito

Mãe de Leandro poupa porteiro e culpa escola

"Não fico mais descansada, porque as culpas vão sempre para a parte mais fraca." É desta forma que Amália Pires, a mãe de Leandro, a criança que fugiu da escola EB 2-3 Luciano Cordeiro, em Mirandela, e se atirou ao rio Tua no passado dia 2 de Março, reage ao processo disciplinar que vai ser instaurado pela câmara municipal a um dos dois porteiros da escola.

Na sequência do inquérito realizado pelo Ministério da Educação, que ilibou o pessoal docente, foram extraídas certidões para que a autarquia agisse em conformidade, revelou ontem ao PÚBLICO José Silvano, o presidente da câmara. "Ficou provado que o funcionário não viu sair os alunos pela porta, que eram companheiros do Leandro, com a desculpa de que estaria a atender uma chamada na sala ao lado", revela Silvano. Em virtude dessa confissão do funcionário, que está na dependência da autarquia, vai ser instaurado um processo disciplinar, que pode ditar desde uma simples advertência à expulsão da função pública.

No entanto, o autarca sublinha que há algumas atenuantes. "Verificou-se que, além desta responsabilidade objectiva, o portão da escola não era fechado à chave mas apenas com o trinco. E também se provou que o funcionário tinha como responsabilidade a cabina telefónica e não podia estar permanentemente na porta. A terminar, as saídas e entradas dos alunos à hora de almoço não eram controladas por cartão com uma autorização dos pais e ele diz que não podia controlar 300 ou 400 alunos", refere José Silvano.

Amália Pires está, no entanto, convencida que a maior fatia de culpas pertence ao conselho executivo da Luciano Cordeiro. António Gonçalves Rodrigues

Sugerir correcção