Um núcleo para a Colecção Paulo Parra poderia coexistir com o actual de artesanato, diz a câmara

a Uma petição on-line contra o encerramento do Centro de Artes Tradicionais, em Évora, está a circular, desde a semana passada. A iniciativa partiu da Árvore de pedra, uma associação de artes, ofícios e defesa do património cultural, depois de ter tido conhecimento do protocolo celebrado entre a Câmara Municipal de Évora e a Entidade Regional de Turismo do Alentejo para a criação do Museu do Design em Évora - Colecção Paulo Parra, no local do actual Centro de Artes Tradicionais - Museu de Artesanato.

"Sem pôr em causa a qualidade e mérito da colecção em apreço, ou o que este género de oferta contemporânea pode contribuir para a atracção de novos públicos e para a promoção da cidade de Évora, manifestamos tristeza por ser colocado de parte, ou secundarizado para o efeito, um importante marco da memória dos usos, costumes e tradições da nossa região", justifica Magda Ventura, uma das responsáveis pela petição, frisando que juntar os dois museus no mesmo espaço "não é viável no sentido em que as peças de design não se enquadram no espaço existente, até porque todo o espólio do Museu do Artesanato não está lá representado. A cidade tem muitos locais onde pode ser implementado esse novo museu do design".

Além disso, o "contra-senso" de levar a cabo mais obras de adaptação num edifício que esteve mais de década e meia em recuperação e que foi reaberto ao público há pouco mais de dois anos, é outro argumento dos contestatários, para quem a transformação do actual museu de artesanato num de design é "virar as costas à nossa história e ao que somos".

Uma ideia que o presidente da Câmara Municipal de Évora, José Ernesto Oliveira refuta, explicando que "esse equipamento vai enriquecer todo o circuito do património museológico da cidade, complementando a oferta cultural e rentabilizando o seu funcionamento, sem que para isso tenha que se encerrar o museu do artesanato".