Mais macas para todos

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Todos os bombeiros são heróis mas, para mim, os de Colares são os mais heróicos de todos. Viva-se onde se viver, no continente ou nas ilhas de Portugal, não há que enganar. É mesmo assim e é bom.Todos os dias os bombeiros de Colares vêm buscar a casa a Maria João e todas as outras doentes. Levam-nas aos muitos hospitais onde precisam de ir. E depois trazem-nas a casa outra vez. Sempre com zelo, empatia e cuidado.

No PÚBLICO de anteontem, noticiava-se que os bombeiros de Coimbra queriam cobrar taxas de aluguer pelas macas retidas. Haverá reclamação mais justa? Acho que não. São os bombeiros que pagam as macas; emprestando-as e transportando quem precisa delas. Os hospitais, aflitos e bem-intencionados, usam-nas como camas. Mas tardam a devolvê-las, porque lhes fazem falta. Maltratados, tratam mal os bombeiros, que vêem apenas como transportadores.Mas não são. São tão salvíficos como os hospitais. Uma doença é, para os bombeiros, um incêndio que tem de ser apagado. As macas são como escadotes. Compram-nas e precisam delas para chegar a quem querem salvar.

Na compulsão de pensar tudo, segundo os diversos pontos de vista, estamos a perder a simplicidade e rapidez das decisões fáceis. Bombeiros; macas; hospitais: não há que pensar. As macas custam dinheiro e fazem falta. Mas ajudam muito mais do que custam.

Paguem as macas aos bombeiros, para eles poderem substituir as que emprestam. E sem as quais ficam.

Não poderia ser mais simples.

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