Reabre hoje a pousada mais antiga do país

Grupo Pestana vai devolver a Pousada de Sousel à Enatur por ter dificuldades em rentabilizar uma unidade que tem a concorrência de outras do género

A Pousada de Elvas, a mais antiga de Portugal, reabre hoje, depois de ter estado encerrada quatro meses. A época baixa foi aproveitada pelo Grupo Pestana Pousadas (GPP) para executar obras diversas com o objectivo de melhorar as condições oferecidas. Este equipamento hoteleiro caracteriza-se pelos seus contornos tipicamente alentejanos, sendo o mais antigo da rede - começou a funcionar em Abril de 1942.

As actuais instalações dispõem de 25 quartos e tinha, na altura do encerramento, 16 funcionários que durante o período dos trabalhos de remodelação da pousada " gozaram férias e folgas de compensação, tendo, no tempo remanescente, desenvolvido as suas funções de acordo com o disposto no Acordo de Empresa", referiu ao PÚBLICO Leonor Costa, porta-voz do GPP.

No mesmo dia em que reabre a pousada de Elvas, subsiste a ameaça de encerramento da pousada de Sousel, a partir do momento que a GPP anunciou que esta unidade vai ser "devolvida à Enatur no final de Junho". Em paralelo "estão a ser desenvolvidas diligências" no sentido da transmissão do estabelecimento naquela data "a uma entidade que prossiga com a exploração". Se assim ocorrer, "o estabelecimento não chegará a encerrar", frisa Leonor Costa.

Os 18 trabalhadores da unidade de Sousel transitarão para a entidade que seguirá com a exploração, e, no caso de não haver sucessor, "a Grupo Pestana Pousadas proporá a recolocação a todos os colaboradores em outras unidades da rede", com a garantia de que não será despedido nenhum trabalhador. Dificuldades em rentabilizar a unidade de Sousel, dado existirem outros estabelecimentos do género nas suas proximidades, fundamentam a decisão de abdicar desta pousada.

Mais a sul, em Alvito, a pousada que foi instalada no castelo desta vila alentejana em 1993 apresenta sinais de degradação nas suas paredes exteriores, e um dos muros já aluiu. A GPP adianta que está prevista "para muito breve" uma intervenção de conservação do histórico edifício. O processo de licenciamento da obra "já foi iniciado há muito e ainda se encontra em curso", e a empresa continua a aguardar que tanto a Direcção Regional da Cultura como o Instituto de Gestão do Património procedam à aprovação e ao licenciamento da respectiva intervenção.

Outra das questões colocadas pelo PÚBLICO à empresa hoteleira reporta-se ao encerramento desta pousada durante alguns períodos de tempo. A GPP reconhece que "já suspendeu a sua actividade hoteleira durante duas épocas baixas", mas considera que são situações "absolutamente legais face à legislação hoteleira e absolutamente regulares face ao Contrato de Cessão de Exploração", salientando que foram previamente comunicada à Enatur, ao Turismo de Portugal, às câmaras municipais, às comissões de trabalhadores e à Inspecção-Geral do Trabalho.

A GPP espera que a taxa de ocupação destas e de todas as pousadas da rede "cresça no sentido de tornar a gestão sustentável", e garanta a "melhoria da qualidade de vida aos seus trabalhadores" e "o devido retorno aos accionistas", assumindo que "não está previsto" o encerramento desta pousada.

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