New York Times com mais um caso de plágio

Depois da saída de Jason Blair do New York Times por plágio e puro fabrico de notícias e reportagens, o diário de Nova Iorque foi esta semana notícia devido à denúncia e posterior demissão de Zachery Kouwe, jornalista que usou frases publicadas pelo Wall Street Journal e pela agência Reuters no seu blogue do Times, DealBook, sem as atribuir.

Na terça-feira, Kouwe demitiu-se. Isto numa altura em que a administração do New York Times já o tinha suspendido e ponderava mesmo a sua punição.

Há uma semana, o jornalista foi acusado de usar indevidamente conteúdos do Wall Street Journal. Um dos directores, Robert Thomson, escreveu uma carta à direcção do New York Times com as acusações. Nela evidenciava as semelhanças entre um texto de Kouwe e um artigo do jornal económico.

A investigação subsequente detectou mais casos similares. E o New York Times publicou então uma nota da direcção em que assume que o jornalista copiou excertos, frases e passagens do Wall Street Journal e da agência Reuters sem os identificar devidamente.

"Fui estúpido e descuidado e fiz porcaria e achei que [o que copiei] era meu", disse o jornalista ao New York Observer, citado pela revista on-line Slate. "Mesmo tendo sido inadvertido, isso não torna [o erro] menos sério", disse.

O jornal nova-iorquino, na mesma nota editorial em que condena o caso e revela a sua investigação interna, frisa que "copiar directamente de outras organizações noticiosas sem atribuir [a origem desse conteúdo] é uma séria violação dos padrões básicos de jornalismo e política do Times".

Zachery Kouwe, no Times desde Outubro de 2008, escrevia para a secção de Economia do New York Times (edição impressa) e alimentava a secção empresarial do blogue DealBook. Juntou-se agora a uma lista de colaboradores de um dos mais influentes jornais do mundo que ficaram famosos pelas suas falhas deontológicas: em 2009, a premiada colunista Maureen Dowd foi acusada de plagiar um blogue, mas mantém o lugar nas páginas de opinião do jornal; já o então editor executivo do jornal, Howell Raines, e o editor interino, Gerald Boyd, foram despedidos depois do escândalo Jason Blair, em 2003. J.A.C.

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