Lusolândia avança com parque temático de 250 milhões de euros em Alenquer e Azambuja

O empreendimento, que já tem parecer positivo das duas câmaras envolvidas, propõe a criação de 2000 postos de trabalho e é candidato a projecto PIN

Construir um parque temático com 125 hectares dedicado à "Idade de Ouro dos Descobrimentos Portugueses" é o objectivo do projecto Lusolândia, que a empresa Pleno Espaço quer desenvolver na fronteira entre os municípios de Alenquer e de Azambuja.

O empreendimento, que aguarda a classificação como PIN (potencial interesse nacional) por parte da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) tem pa-recer favorável das duas câmaras en-volvidas, que já aprovaram os termos de referência e o contrato para a elaboração do respectivo plano de pormenor.

O vereador social-democrata na edilidade azambujense sugeriu, entretanto, que a Lusolândia inclua também uma zona de jogo com casino e que es-sa autorização seja negociada com o Governo no âmbito de uma futura revisão do pacote de compensações pela mudança da localização do aeroporto.

Lançada há quase 20 anos, só agora a ideia de criação da Lusolândia parece ganhar pernas para andar, até porque foi incluída no Plano de Acção Territorial para os Municípios de Alenquer e Azambuja, apoiado pelo Governo no âmbito da mudança do aeroporto da Ota para a zona do Campo de Tiro de Alcochete. O parque deverá ocupar 125 hectares das quintas do Bunhal e do Archino, situadas nas freguesias de Azambuja e de Ota (Alenquer). Cerca de 63 hectares situam-se em território azambujense e os restantes em Alenquer, prevendo o empreendimento um investimento de cerca de 250 milhões de euros e a criação de 2000 postos de trabalho e de amplas áreas de alojamento e diversão.

CDU absteve-se

Os termos de referência do plano de pormenor foram aprovados nas duas câmaras, com votos favoráveis do PS e das coligações PSD/CDS-PP/PPM/MPT e abstenções da CDU. A Lusolândia deverá distribuir-se por seis áreas temáticas, "promovendo o reconhecimento das culturas e ambientes africanos, asiáticos e brasileiros, com destaque para a chegada dos portugueses a África, Índia, Macau, Japão e Brasil" e "conjugando" aspectos relacionados com os povos, a vivência, a fauna e a flora da época dos Descobrimentos.

Joaquim Ramos, presidente da Câmara de Azambuja, realça os postos de trabalho e o forte impulso que o empreendimento pode dar à economia do concelho e ao desenvolvimento do turismo. A autarquia sustenta que a concretização deste investimento de "relevante interesse regional mobiliza e afecta sectores territoriais adjacentes dos municípios de Azambuja e Alenquer e serão desenvolvidos esforços conjuntos de compatibilização programática e infra-estrutural". Já o social-democrata António Jorge Lopes sugere que se analise com o promotor a criação, no parque, de uma zona de jogo e afirma que foi ele quem alertou para a necessidade deste processo passar por uma avaliação ambiental estratégica.

A aprovação deste plano de pormenor permitirá revogar disposições dos planos directores municipais que "contrariem as opções urbanísticas estabelecidas". No caso do concelho de Azambuja, dos 63 hectares previstos, 35 já estão classificados no PDM como espaço destinado a recreio e lazer, tendo em vista o desenvolvimento da Lusolândia. Os restantes 28 hectares estão classificados como áreas florestais.

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