Guilherme Dray, das Obras Públicas para chefe de gabinete de Sócrates

Escolha do PM recai sobre nome com forte currículo na legislação laboral

Acaba de deixar a chefia de gabinete de Mário Lino, mas o currículo de Guilherme Dray, o novo chefe de gabinete de José Sócrates, é preenchido sobretudo pelo Direito do Trabalho. Por isso mesmo, para o convite do primeiro-ministro pesou o facto de Dray ter sido seu adjunto no Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território, e também o seu largo conhecimento na área laboral - na qual o Governo terá que fazer concessões à esquerda nos próximos quatro anos.

Guilherme Machado Dray vai ocupar o lugar deixado vago pelo diplomata e mestre em estudos europeus Pedro Lourtie, que é nomeado secretário de Estado dos Assuntos Europeus - o mesmo gabinete por onde passaram na última legislatura Manuel Lobo Antunes e, depois, Teresa Ribeiro.

Mestre em Direito, assistente da Faculdade de Direito de Lisboa, fundador e director dos institutos de Direito do Trabalho e de Direito do Consumo daquela instituição, Guilherme Dray é ainda professor nas faculdades de Direito da Universidade Nova de Lisboa e da Católica do Porto. Foi, há uns anos, professor auxiliar na Universidade Moderna e na Faculdade de Direito da Guiné-Bissau.

Em termos políticos, Dray faz parte da Comissão Nacional de Jurisdição do Partido Socialista. Foi assessor da presidência portuguesa da União Europeia nas reuniões do Conselho Europeu sobre transportes e telecomunicações e desde o ano passado integra a comissão de acompanhamento luso-venezuelana, na sequência do Acordo de Cooperação Económico e Energético celebrado entre Portugal e a Venezuela.

Apesar da sua ligação aos socialistas, o conhecimento das leis laborais levou-o a território social-democrata na altura da elaboração do Código de Trabalho (CT) de Bagão Félix: foi nomeado consultor especializado, pelo então secretário de Estado Luís Pais Antunes, para o CT e respectiva lei de regulamentação. M.L.

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