Fever Ray e as máscaras

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"If i had a heart i could love you / If i had a voice i would sing" canta a sueca Karin Dreijer Andersson em "If i had a heart", canção de abertura do álbum homónimo do seu projecto solitário Fever Ray, como se quisesse reconhecer a condição de alienígena. Como em "Silent Shout" (2006), o admirável álbum dos The Knife - o projecto que divide com o irmão Olof Dreijer - a sua voz é sobrenatural, alterada digitalmente.

No entanto, ao telefone, a partir de Estocolmo, num intervalo da digressão iniciada em Abril para o lançamento mundial do seu magnífico disco, revela-se humana. Ri-se com frequência, faz perguntas sobre Portugal e diz que, como na Suécia, reconhece aqui uma "saudável excentricidade", talvez porque "são dois países pequenos".

Um dos lugares-comuns mais utilizados para descrever a música dos Knife é que são a versão musical dos filmes de David Lynch. No mesmo sentido, Fever Ray é a versão musical das fotografias de Joel-Peter Witkin, descobrindo beleza no grotesco. Pop electrónica glaciar, de sugestões plásticas abstractas, formas elegantes e som metalizado numa linha mais introspectiva do que nos álbuns dos The Knife. É um daqueles registos que, num primeiro momento, pode causar estranheza, tal a singularidade do seu universo, e agarrar no instante seguinte.

Há a ideia que os The Knife preservam uma certa clausura, dando poucos concertos, escassas entrevistas e utilizando máscaras nos concertos. Ao fazer uma digressão com este novo projecto e ao expor a sua face em fotos, quis cortar com essa imagem?

Alguma imprensa tem essa imagem dos Knife, mas não é correcta. O facto de surgirmos ocultos em fotos e nos concertos pode suscitar essa ideia, mas nunca quisemos fazer disso um caso. A música, por si só, é algo de misterioso. Acreditamos apenas que a música tem impacto suficiente para falar por si e que, ao trabalharmos uma imagem, faz sentido que ela esteja em ligação com a música porque é também um trabalho criativo.

Fever Ray é outra coisa, mas quando iniciei este projecto não estava preocupada em fazer diferente. Estava apenas interessada em fazer música. Com os concertos, o mesmo. Tenho quatro músicos comigo em palco e isso é realmente uma novidade para mim. A criação do álbum foi muito solitária, daí que agora me saiba bem estar acompanhada por eles.

Previligiou a personalidade na escolha desses músicos, antecipando que iria estar muito com eles, ou a competência técnica?

É mais rápido percebermos que estamos perante um bom músico do que perante uma boa pessoa... [risos]. Nunca se sabe o que pode acontecer quando se viaja durante tanto tempo com outras pessoas. Até agora não tenho razões de queixa. Estou rodeada de bons músicos, profissionalmente, e de pessoas com quem se pode ir beber um copo.

Em entrevista ao seu irmão, há três anos, ele dizia-nos que davam poucos espectáculos porque não conviviam bem com a ansiedade do palco e com os rituais das digressões. O que mudou?

Nada...[risos]. Continua a ser difícil para mim. Mas gosto muito de andar em digressão, de viajar, dessas coisas. De qualquer forma, não se trata apenas de gerir a ansiedade. Trata-se de perceber se temos um bom espectáculo para oferecer e se ele é viável. Com Fever Ray acontece o mesmo. Resolvi fazer concertos porque percebi que existia potencial para o fazer, depois de ter trabalhado na concepção com [o artista plástico e realizador de videoclips] Andreas Nilsson.

Além da concepção visual dos concertos dos Knife e agora de Fever Ray, Andreas Nilsson também realizou uma série de videoclips para ambos os projectos. O que é que ele tem de tão especial?

Lá está, é boa pessoa...[risos]. É um grande amigo, alguém com quem dá gosto discutir ideias, mas é também, claro, uma pessoa extremamente criativa. É muito divertido trabalhar com ele. Neste caso, pelo facto de a música ser mais densa do que a dos Knife, quisemos fazer uma coisa ainda mais escura, impenetrável, com máscaras, luzes artificiais, etc, construindo qualquer coisa de primitivo, com todas as percussões, mas também de projecção futurista.  Pelo menos, é assim que o vislumbro.

Já afirmou que o filme "Dead Man" de Jim Jarmusch acabou por funcionar como uma das influências mais conscientes no disco. Que aspectos desse filme em concreto a marcaram?

As cenas longas, o tempo, os detalhes quase imperceptíveis que acabam por criar sentido quando se entra no filme por inteiro. A fotografia tem qualquer coisa de artesanal mas é muito bonita. As personagens vejo-as como personagens mentais, emocionais, que é qualquer coisa que me aproxima deles. A profusão de tipos de voz em Fever Ray tem a ver com isso, quase como se cada uma das canções correspondesse a uma personalidade mental diferente.

A sua música vive de dualidades. Tem essa dimensão ritualista, primitiva, mas os ambientes têm qualquer coisa de futurista. Tem voz de mulher, mas quando é adulterada digitalmente, parece de homem. As letras parecem confessionais, mas ao incarnar uma personagem, envergando máscaras, etc, promove um afastamento.

Gosto de experimentar contrastes, mas não o faço deliberadamente. Não me agrada a ideia de conceito. Gosto mais de trabalhar por aproximações e, sempre que me apetece, alterando a ideia inicial. Não vejo dualidades. Vejo coisas que se interligam. Como a ideia de tempo, que me interessa muito. O passado, o presente e uma ideia possível de futuro não têm que se opor. Pelo contrário, confundem-se imenso hoje em dia. O mesmo acontece com as ideias de verdade e de realidade. Quando me pinto, ou ponho uma máscara, posso ser mais verdadeira do que sem ela.

A ficção pode ser mais real do que o real.

Exacto. Acontece o mesmo com os sonhos não é? Os sonhos são sempre mais reais, no sentido de serem revelatórios, do que a realidade. Nos sonhos não existe espaço para a censura. Ou para a auto-censura. A música, parece-me, pode ter esse poder também, de ser qualquer coisa que ilumina algo que não tínhamos consciência que estava lá, mas estava.

Pelo facto deste disco ter sido um processo solitário, teve a consciência que estava a aclarar coisas de que não tinha consciência?

Sem dúvida. Quando se trabalha com outra pessoa existem soluções de compromisso. Pode ser até mais revelatório do que estando sozinha, mas neste caso foi importante lidar com os meus limites, saber até onde poderia ir, até na imposição de uma rotina diária - durante oito meses trabalhei oito ou nove horas por dia neste disco. Não foi fácil, mas no fim sinto-me satisfeita pela liberdade de trabalhar fantasias minhas. Não no sentido de serem coisas relacionadas com a minha vida pessoal - a música e arte são sempre pessoais e ficcionais - mas no sentido de ter-me dado espaço para as trabalhar a partir de coisas em que acredito sozinha. Só depois, na pós-produção final, fui ajudada por três produtores.

Quando fala das influências neste disco prefere citar mais filmes e livros do que música porque trabalha a partir de imagens?

Não necessariamente. Não sei porque acontece, até porque não é inteiramente verdade. Acontece, talvez, porque quando falo de "Dead Man" ou de "Miami Vice" sei o que me toca. Com música é diferente, é mais abstracto. E não oiço tanta música assim. Mas no Verão, quando estava a trabalhar, ouvi muito "Anonymous", um álbum dos Tomahawk, inspirado em cânticos índios, que foi muito importante, principalmente ao nível das percussões. O mesmo aconteceu com algum metal, como os Ísis, Neurosis ou High on Fire, de que gosto pelos ambientes densos.

O facto de ter sido mãe, pela segunda vez, quando estava a fazer este disco parece ter influenciado algumas letras, ou não?

Talvez, no sentido em que escrevo mais a partir de mim própria. Mas tenho sempre dificuldade em perceber essa fronteira. O que posso dizer é que a experiência de ser mãe é forte, provoca mudanças na nossa vida, e faz-nos pensar sobre coisas que antes não estariam tão presentes.

Como por exemplo?

A morte. E a vida, claro. É assustador, mas marcante. Como todas as coisas importantes que nos acontecem, afecta o nosso trabalho. É como os concertos, podem ser desconfortáveis, às vezes mesmo assustadores, mas quando se consegue ultrapassar isso revelam-se momentos incríveis.

Em algumas canções como "When I grow up" ou "Keep the streets empty for me" parece dialogar consigo própria, como se questionasse a sua identidade - quem é, o que faz, para onde vai. É inevitável esse movimento de interrogação?

Talvez, porque, de alguma forma, estamos sempre a regressar à nossa infância. É aí que tudo começa. Os sonhos, os desejos, os pesadelos também. Cresci numa pequena localidade, perto de Gotemburgo. Recordo-me de que era tudo muito calmo à minha volta. Toda a gente jogava ténis, menos a minha família. Daí essa sensação de isolamento. Às vezes, penso que nunca sai de lá, dessa pequena localidade... [risos]. Talvez a minha forma de me libertar seja esta, fazendo música.

Está a trabalhar com o seu irmão numa Ópera, "Tomorrow, In A Year", no contexto das celebrações dos 150 anos de "A Origem das Espécies" de Charles Darwin. Em que fase está o projecto?

Está a ser ultimada. Olof e eu escrevemos a música e o libreto, ainda não está totalmente terminada, mas já faltou mais. A estreia é em Setembro, em Copenhaga, e é possível que a música seja editada depois.

http://www.feverray.com/
www.myspace.com/feverray

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"If i had a heart i could love you / If i had a voice i would sing" canta a sueca Karin Dreijer Andersson em "If i had a heart", canção de abertura do álbum homónimo do seu projecto solitário Fever Ray, como se quisesse reconhecer a condição de alienígena. Como em "Silent Shout" (2006), o admirável álbum dos The Knife - o projecto que divide com o irmão Olof Dreijer - a sua voz é sobrenatural, alterada digitalmente.

No entanto, ao telefone, a partir de Estocolmo, num intervalo da digressão iniciada em Abril para o lançamento mundial do seu magnífico disco, revela-se humana. Ri-se com frequência, faz perguntas sobre Portugal e diz que, como na Suécia, reconhece aqui uma "saudável excentricidade", talvez porque "são dois países pequenos".

Um dos lugares-comuns mais utilizados para descrever a música dos Knife é que são a versão musical dos filmes de David Lynch. No mesmo sentido, Fever Ray é a versão musical das fotografias de Joel-Peter Witkin, descobrindo beleza no grotesco. Pop electrónica glaciar, de sugestões plásticas abstractas, formas elegantes e som metalizado numa linha mais introspectiva do que nos álbuns dos The Knife. É um daqueles registos que, num primeiro momento, pode causar estranheza, tal a singularidade do seu universo, e agarrar no instante seguinte.

Há a ideia que os The Knife preservam uma certa clausura, dando poucos concertos, escassas entrevistas e utilizando máscaras nos concertos. Ao fazer uma digressão com este novo projecto e ao expor a sua face em fotos, quis cortar com essa imagem?

Alguma imprensa tem essa imagem dos Knife, mas não é correcta. O facto de surgirmos ocultos em fotos e nos concertos pode suscitar essa ideia, mas nunca quisemos fazer disso um caso. A música, por si só, é algo de misterioso. Acreditamos apenas que a música tem impacto suficiente para falar por si e que, ao trabalharmos uma imagem, faz sentido que ela esteja em ligação com a música porque é também um trabalho criativo.

Fever Ray é outra coisa, mas quando iniciei este projecto não estava preocupada em fazer diferente. Estava apenas interessada em fazer música. Com os concertos, o mesmo. Tenho quatro músicos comigo em palco e isso é realmente uma novidade para mim. A criação do álbum foi muito solitária, daí que agora me saiba bem estar acompanhada por eles.

Previligiou a personalidade na escolha desses músicos, antecipando que iria estar muito com eles, ou a competência técnica?

É mais rápido percebermos que estamos perante um bom músico do que perante uma boa pessoa... [risos]. Nunca se sabe o que pode acontecer quando se viaja durante tanto tempo com outras pessoas. Até agora não tenho razões de queixa. Estou rodeada de bons músicos, profissionalmente, e de pessoas com quem se pode ir beber um copo.

Em entrevista ao seu irmão, há três anos, ele dizia-nos que davam poucos espectáculos porque não conviviam bem com a ansiedade do palco e com os rituais das digressões. O que mudou?

Nada...[risos]. Continua a ser difícil para mim. Mas gosto muito de andar em digressão, de viajar, dessas coisas. De qualquer forma, não se trata apenas de gerir a ansiedade. Trata-se de perceber se temos um bom espectáculo para oferecer e se ele é viável. Com Fever Ray acontece o mesmo. Resolvi fazer concertos porque percebi que existia potencial para o fazer, depois de ter trabalhado na concepção com [o artista plástico e realizador de videoclips] Andreas Nilsson.

Além da concepção visual dos concertos dos Knife e agora de Fever Ray, Andreas Nilsson também realizou uma série de videoclips para ambos os projectos. O que é que ele tem de tão especial?

Lá está, é boa pessoa...[risos]. É um grande amigo, alguém com quem dá gosto discutir ideias, mas é também, claro, uma pessoa extremamente criativa. É muito divertido trabalhar com ele. Neste caso, pelo facto de a música ser mais densa do que a dos Knife, quisemos fazer uma coisa ainda mais escura, impenetrável, com máscaras, luzes artificiais, etc, construindo qualquer coisa de primitivo, com todas as percussões, mas também de projecção futurista.  Pelo menos, é assim que o vislumbro.

Já afirmou que o filme "Dead Man" de Jim Jarmusch acabou por funcionar como uma das influências mais conscientes no disco. Que aspectos desse filme em concreto a marcaram?

As cenas longas, o tempo, os detalhes quase imperceptíveis que acabam por criar sentido quando se entra no filme por inteiro. A fotografia tem qualquer coisa de artesanal mas é muito bonita. As personagens vejo-as como personagens mentais, emocionais, que é qualquer coisa que me aproxima deles. A profusão de tipos de voz em Fever Ray tem a ver com isso, quase como se cada uma das canções correspondesse a uma personalidade mental diferente.

A sua música vive de dualidades. Tem essa dimensão ritualista, primitiva, mas os ambientes têm qualquer coisa de futurista. Tem voz de mulher, mas quando é adulterada digitalmente, parece de homem. As letras parecem confessionais, mas ao incarnar uma personagem, envergando máscaras, etc, promove um afastamento.

Gosto de experimentar contrastes, mas não o faço deliberadamente. Não me agrada a ideia de conceito. Gosto mais de trabalhar por aproximações e, sempre que me apetece, alterando a ideia inicial. Não vejo dualidades. Vejo coisas que se interligam. Como a ideia de tempo, que me interessa muito. O passado, o presente e uma ideia possível de futuro não têm que se opor. Pelo contrário, confundem-se imenso hoje em dia. O mesmo acontece com as ideias de verdade e de realidade. Quando me pinto, ou ponho uma máscara, posso ser mais verdadeira do que sem ela.

A ficção pode ser mais real do que o real.

Exacto. Acontece o mesmo com os sonhos não é? Os sonhos são sempre mais reais, no sentido de serem revelatórios, do que a realidade. Nos sonhos não existe espaço para a censura. Ou para a auto-censura. A música, parece-me, pode ter esse poder também, de ser qualquer coisa que ilumina algo que não tínhamos consciência que estava lá, mas estava.

Pelo facto deste disco ter sido um processo solitário, teve a consciência que estava a aclarar coisas de que não tinha consciência?

Sem dúvida. Quando se trabalha com outra pessoa existem soluções de compromisso. Pode ser até mais revelatório do que estando sozinha, mas neste caso foi importante lidar com os meus limites, saber até onde poderia ir, até na imposição de uma rotina diária - durante oito meses trabalhei oito ou nove horas por dia neste disco. Não foi fácil, mas no fim sinto-me satisfeita pela liberdade de trabalhar fantasias minhas. Não no sentido de serem coisas relacionadas com a minha vida pessoal - a música e arte são sempre pessoais e ficcionais - mas no sentido de ter-me dado espaço para as trabalhar a partir de coisas em que acredito sozinha. Só depois, na pós-produção final, fui ajudada por três produtores.

Quando fala das influências neste disco prefere citar mais filmes e livros do que música porque trabalha a partir de imagens?

Não necessariamente. Não sei porque acontece, até porque não é inteiramente verdade. Acontece, talvez, porque quando falo de "Dead Man" ou de "Miami Vice" sei o que me toca. Com música é diferente, é mais abstracto. E não oiço tanta música assim. Mas no Verão, quando estava a trabalhar, ouvi muito "Anonymous", um álbum dos Tomahawk, inspirado em cânticos índios, que foi muito importante, principalmente ao nível das percussões. O mesmo aconteceu com algum metal, como os Ísis, Neurosis ou High on Fire, de que gosto pelos ambientes densos.

O facto de ter sido mãe, pela segunda vez, quando estava a fazer este disco parece ter influenciado algumas letras, ou não?

Talvez, no sentido em que escrevo mais a partir de mim própria. Mas tenho sempre dificuldade em perceber essa fronteira. O que posso dizer é que a experiência de ser mãe é forte, provoca mudanças na nossa vida, e faz-nos pensar sobre coisas que antes não estariam tão presentes.

Como por exemplo?

A morte. E a vida, claro. É assustador, mas marcante. Como todas as coisas importantes que nos acontecem, afecta o nosso trabalho. É como os concertos, podem ser desconfortáveis, às vezes mesmo assustadores, mas quando se consegue ultrapassar isso revelam-se momentos incríveis.

Em algumas canções como "When I grow up" ou "Keep the streets empty for me" parece dialogar consigo própria, como se questionasse a sua identidade - quem é, o que faz, para onde vai. É inevitável esse movimento de interrogação?

Talvez, porque, de alguma forma, estamos sempre a regressar à nossa infância. É aí que tudo começa. Os sonhos, os desejos, os pesadelos também. Cresci numa pequena localidade, perto de Gotemburgo. Recordo-me de que era tudo muito calmo à minha volta. Toda a gente jogava ténis, menos a minha família. Daí essa sensação de isolamento. Às vezes, penso que nunca sai de lá, dessa pequena localidade... [risos]. Talvez a minha forma de me libertar seja esta, fazendo música.

Está a trabalhar com o seu irmão numa Ópera, "Tomorrow, In A Year", no contexto das celebrações dos 150 anos de "A Origem das Espécies" de Charles Darwin. Em que fase está o projecto?

Está a ser ultimada. Olof e eu escrevemos a música e o libreto, ainda não está totalmente terminada, mas já faltou mais. A estreia é em Setembro, em Copenhaga, e é possível que a música seja editada depois.

http://www.feverray.com/
www.myspace.com/feverray