Câmara de Matosinhos quer que Governo antecipe obras em escolas secundárias

Guilherme Pinto garantiu ontem que está a efectuar uma "revolução" ao renovar o parque escolar do concelho

A O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, anunciou ontem que a autarquia está a tentar sensibilizar o Ministério de Educação para que antecipe a realização de obras que estavam previstas para mais tarde em quatro escolas secundárias do concelho. A saber: Padrão da Légua, Augusto Gomes, São Mamede de Infesta e Boa Nova. O desejo de Guilherme Pinto surge depois de o primeiro-ministro José Sócrates ter anunciado, no último sábado, que 75 escolas vão entrar em obra até Agosto próximo, em vez das 36 que estavam previstas. Sócrates justificou esta aceleração como mais uma medida para contrariar os efeitos da crise."Estamos a tentar que a Parque Escolas [Empresa Pública do Estado] acelere a intervenção nestas escolas", afirmou ontem Guilherme Pinto aos jornalistas, no final de uma sessão em que foram apresentados os projectos da autarquia para quatro escolas básicas com jardim-de-infância (EB1/JI). Trata-se das ampliações da EB1/JI de Santiago, em Custóias, de Passos Manuel, em Guifões, da Praia, em Leça da Palmeira (que terá também obras de requalificação), e da construção de um novo estabelecimento, no Padrão da Légua, Leça do Balio.
Na opinião de Guilherme Pinto, a Câmara de Matosinhos está a realizar uma "revolução no parque escolar" concelhio sem precedentes, ao intervir em 24 estabelecimentos, o que corresponde a metade desse parque escolar. Entre as 24 escolas, nove já foram intervencionadas e as outras 15 serão até ao final de 2011. Contas feitas, Guilherme Pinto fala de um investimento total na casa dos 48 milhões de euros, a serem comparticipados em 70 por cento, a fundo perdido, pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
PSD critica empréstimo
Já em comunicado enviado ontem às redacções, a concelhia do PSD de Matosinhos afirma que "caiu o véu do despesismo da gestão socialista", na autarquia. A posição dos sociais-democratas surge depois de, na reunião do executivo camarário da passada segunda-feira, ter sido aprovado (com os votos contra de PSD, PCP e CDS) um empréstimo de cinco milhões de euros para fazer face a eventuais carências de tesouraria.
Segundo o comunicado da concelhia "laranja", trata-se de algo inédito desde o 25 de Abril: "Pela primeira vez, desde há mais de 30 anos, o município de Matosinhos tem necessidade de recorrer a um financiamento à tesouraria de curto prazo... sinais dos tempos!" Os sociais-democratas de Matosinhos afirmam ainda que, "nos últimos anos, [a câmara] tem tido uma deficiente gestão com gastos exorbitantes".

Guilherme Pinto fala de um investimento de 48 milhões, comparticipados em 70 por cento, a fundo perdido, pelo QREN

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