Braga anuncia queixa-crime e participação disciplinar contra o árbitro Paulo Baptista

Mesquita Machado afirma que o árbitro de Portalegre não era a primeira escolha para a Luz

a A SAD do Sporting de Braga decidiu avançar com uma queixa-crime no Ministério Público (MP) contra o árbitro Paulo Baptista, e também com uma participação disciplinar na Liga. Na base desta tomada de posição está o trabalho do juiz de Portalegre no Benfica-Braga, que os "encarnados" venceram com um golo irregular. Os minhotos acreditam numa arbitragem com a intenção de prejudicar os seus interesses e o presidente da Câmara Municipal de Braga afirmou mesmo que Paulo Baptista "não era a primeira escolha de Vítor Pereira" para o duelo na Luz. Foi num comunicado emitido ao final da tarde que o departamento jurídico do Braga confirmou a apresentação de uma queixa-crime no MP contra Paulo Baptista. O motivo é a suspeita de favorecimento da equipa do Benfica, no duelo entre lisboetas e bracarenses do passado domingo. O clube sente-se lesado e quer apurar responsabilidades.
"A arbitragem foi desastrosa, prejudicou declaradamente a Braga SAD e teve intervenção directa no resultado final do encontro", pode ler-se no documento. "A Braga SAD não acredita que a lamentável actuação da equipa de arbitragem tenha sido casual. (...) Foram vários os erros perpetrados pela equipa de arbitragem, todos sempre num sentido, ou seja, prejudicando os interesses do Braga".
Os dirigentes minhotos dão, assim, seguimento ao desagrado com a actuação de Paulo Baptista no Estádio da Luz. Logo no final do jogo, treinador e presidente do Braga não calaram a revolta, atribuindo a derrota à actuação do árbitro. António Salvador foi particularmente cáustico, considerando a arbitragem "tendenciosa" e "um roubo". "Assim, vai ser difícil alguma equipa além dos grandes lutar pelo título. O Paulo Baptista vai ficar na história como o Inocêncio Calabote do século XXI", frisou, na altura, o dirigente minhoto.
O presidente da Câmara Municipal de Braga e presidente da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol apoia a entrada do MP em cena e afirma que Paulo Baptista "não era o árbitro nomeado inicialmente para apitar o Benfica-Braga". Mesquita Machado junta-se assim à revolta dos dirigentes do Braga e pede explicações à Comissão de Arbitragem da Liga sobre alegadas "pressões externas" para nomear o árbitro de Portalegre para o jogo da Luz.
"Pensei que já não era possível em Portugal assistir a uma arbitragem tão escandalosa e tendenciosa como aquela que se verificou no Estádio da Luz", começou por dizer o autarca, em declarações à rádio local Antena Ninho. Mas o mais grave estava para vir: "A Comissão de Arbitragem da Liga terá que dar algumas explicações porque, segundo informações que tenho, não era aquele o árbitro inicialmente nomeado para este jogo. Por pressões externas, foi mudado o árbitro e tiveram a ousadia de nomear um juiz que se confessa publicamente um benfiquista convicto". E acrescenta: "Realmente, demonstrou que é um bom benfiquista, tendo ido para o campo com uma única intenção: fazer com que o Benfica ganhasse o jogo."
A reacção do Benfica não se fez esperar. "O treinador do Braga é um técnico com palavra fácil e o coração muito perto da boca. Aquilo que disse ontem, que nunca tinha visto nada assim em 20 anos, não é verdade, porque já o disse várias vezes", afirmou João Gabriel no canal do clube. Sobre António Salvador: "Não sei se as suas declarações foram enquanto presidente do Braga ou sócio do FC Porto". Já António Sérgio, presidente da APAF, disse: "Respeito as opiniões do presidente do Braga, mas discordo delas."

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