Palacete Doglioni é bom exemplo de recuperação patrimonial em Faro

A CCDR-Algarve fica no imóvel após investir dois milhões na recuperação da casa nobre da cidade

a Os serviços de Ordenamento do Território da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve foram transferidos para o Palacete Doglioni, na Rua Lethes, em Faro. O edifício setecentista, de dois pisos, beneficiou de uma profunda requalificação, passando a ser apresentado como um dos "bons exemplos"da recuperação de património arquitectónico da região.
O prédio, adquirido pelo Estado a particulares, custou 500 mil euros, e o montante total da intervenção rondou os dois milhões de euros, incluindo o equipamento.
Com esta aquisição, o presidente da CCDR - Algarve, João Faria, diz que vão ser libertados os apartamentos que estavam alugados com os serviços deste organismo, "permitindo, a médio prazo, alguma poupança". Mas o mais importante, sublinha, "é a recuperação de um edifício de valor histórico, que representa uma época importante na cidade.
O Palacete Doglioni passou por várias ocupações. Em 1920, os proprietários - herdeiros da família Júdice Fialho - alugaram o edifício para ali funcionar a Escola de Hotelaria e Turismo de Faro. Porém, há cerca de uma dezena de anos que foi desocupada, o que contribuiu para acentuar a degradação que já se fazia sentir nas últimas décadas.
No actual pacote de fundos comunitários - Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), a partir de 2009 - salientou João Faria -, já não vai ser fácil a atribuição de subsídios directos para a reabilitações de edifícios, " mas vai ainda permitir encarar a possibilidade de parcerias público-privadas, para desenvolver e tirar partido de casos mais interessantes, como este [Palacete Doglioni]".
No rés-do-chão do edifício funciona um espaço destinado ao público interessado na informação de âmbito europeia e comunitária, e o segundo piso será ocupado pelos serviços de Ordenamento do Território.
O espaço de galeria abre hoje com a exposição fotográfica Andalusíadas, uma visão sobre a Andaluzia, Algarve e Alentejo, na perspectiva do fotógrafo António Perez.
O arquitecto José Manuel Fernandes aproveitou o exemplo de recuperação deste edifício de valor histórico e patrimonial para chamar a atenção de outros valores "esquecidos" em 11 aldeias da região. No seu livro "A Casa Popular do Algarve", traça o perfil e a evolução do espaço rural, desde a casinha térrea urbana de Cacela à casa rural da costa vicentina.

Sugerir correcção