Descoberto busto do faraó Ramsés II

a Um busto de granito vermelho representando Ramsés II (que viveu e governou no século XIII a.C.) foi encontrado no delta do Nilo por uma equipa de arqueólogos. O anúncio da descoberta foi feito na quarta-feira pelo próprio ministro da Cultura egípcio, Farouk Hosni, que na altura referiu que a peça, que estava enterrada a metro e meio de profundidade, poderá levar os arqueólogos a desvendarem a existência de um importante templo dedicado àquele faraó.O busto tem "uma cabeça de 76 cm de altura, o nariz e o queixo estão partidos e falta-lhe a barba postiça que normalmente os faraós colocavam no queixo", disse Zahi Hawass, responsável pelo Conselho Superior de Antiguidades na Egipto, citado pela AFP.
Tudo leva a crer que o busto agora trazido à luz do dia, no decorrer de um trabalho rotineiro de escavações no sítio arqueológico de Tell Basta, província de Sharquiya, situada cerca de 80 quilómetros a norte do Cairo, tivesse feito parte de uma estátua colossal de Ramsés II. Esta estaria no tal templo que teria a grandeza equivalente à importância do reinado daquele faraó.
Tell Basta é um dos campos arqueológicos mais importantes do delta do Nilo, e as suas ruínas testemunham a existência da antiga cidade de Bubastis ("casa da deusa Bastet"), capital do Egipto no tempo da 22ª dinastia. Aí está actualmente a ser construído um museu, nota a AFP.
Ramsés II foi um dos principais reis egípcios da 19ª dinastia. Filho de Seti I, foi considerado o mais famoso dos doze faraós das duas dinastias Ramsés, que governaram o Egipto entre os século XIV e XII a.C. Teve também um dos reinados mais longos (superior a 60 anos) da história da civilização egípcia. Marcantes no seu reinado foram a guerra contra os hititas pela posse da Síria (e dela ficou na história a batalha de Kadech, onde Ramsés fez valer o seu heroísmo) e o posterior acordo de paz com o rei hitita Katusil, segundo a Grande Enciclopédia Portuguesa-Brasileira.
A múmia de Ramsés II, descoberta em 1881 no esconderijo de Deir-el-Bahari, está actualmente exposta no Museu do Cairo, e Eça de Queirós chegou a escrever sobre ela numa carta a Oliveira Martins (ver Correspondência de Fradique Mendes). S.C.A.

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