Os efeitos da crise do subprime

Centro da crise está nos EUA, mas as bolsas europeias sofrem mais

Foi nos Estados Unidos que eclodiu a crise financeira gerada pela falência do sistema de crédito de alto risco (o chamado subprime). É nos Estados Unidos que se encontra o epicentro do turbilhão que abala o mundo financeiro. Mas, curiosamente, são as bolsas europeias e asiáticas que mais têm sofrido com a hecatombe que começou no Verão do ano passado, mas tem tido nas últimas semanas os desenvolvimentos mais dramáticos. Do início do ano até agora, a bolsa que mais caiu foi a de Hong Kong. O índice que lhe está associado e que agrupa as melhores cotadas perdeu, nestes nove meses e meio, um terço do seu valor (ver gráfico). Sempre muito associada às notícias que chegam da América, a bolsa da antiga colónia britânica funciona em contraciclo com Nova Iorque e, por isso, sofre muitas vezes por antecipação. O segundo lugar nas perdas é da bolsa de Madrid - a reflectir a crise internacional e também a fortíssima desaceleração da sua economia - e da praça de Paris.
Nova Iorque também acumula perdas, é certo, mas são menos profundas (19,5 por cento para o Nasdaq, o índice tecnológico, e 19 por cento no Dow Jones, o índice industrial e dos serviços).
É uma questão de dimensão das cotadas e das capitalizações acumuladas, que reduzem os efeitos de choque, costumam assinalar os analistas, para explicar o que, aparentemente, não é explicável.
Mas sempre foi assim. Os mercados caíram a pique em todo o mundo, após o 11 de Setembro, mas foi Nova Iorque que primeiro levantou a cabeça. E quando rebentou a chamada "bolha tecnológica", foi também do outro lado do Atlântico que surgiu a primeira reacção.

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