Livro controverso retoma suspeitas sobre o passado do ex-Presidente Lech Walesa

Lech Walesa, um católico natural de Popowo, casou-se em 1969 com Danuta Golos e tem oito filhos, um deles deputado. a Um livro controverso a aparecer segunda-feira nas livrarias, Walesa e o Serviço de Segurança, e de que a imprensa polaca já fez uma pré-publicação, pretende relançar as velhas suspeitas contra o chefe histórico do movimento sindical anticomunista Solidariedade (Solidarnosc), acusado pelos adversários de ter sido em 1970 um agente da polícia secreta comunista SB.
Escrito pelos historiadores Slawomir Cenckiewicz, de 37 anos, e Piotr Gontarczyk, de 38, e publicado pelo Instituto da Memória Nacional (IPN), que se debruça sobre os crimes nazis e comunistas, o livro afirma que, a acreditar em dossiers da SB, Lech Walesa, electricista dos estaleiros navais de Gdansk e activista dos direitos humanos, teria "informado dezenas de vezes a polícia" sobre as actividades dos seus camaradas.
As teses em questão são firmemente refutadas pelo ex-Presidente de 64 anos, que fala de "falsos documentos" sobre o que teria feito na primeira metade da vida, dizendo categoricamente não ser ele o agente secreto referido nos arquivos policiais como "Bolek".
Já há oito anos, um tribunal esclarecera que Lech Walesa, nascido a 29 de Setembro de 1943 e galardoado em 1983 com o Prémio Nobel da Paz, jamais fora um agente da polícia secreta, mas o tema volta periodicamente a ser falado, afirmando agora Cenckiewicz e Gontarczyck que ao ter sido Presidente da República, de 1990 a 1995, ele fizera desaparecer do arquivo nacional documentos referentes ao assunto.
As alegações sobre a vida sinuosa desta personagem fundamental dos últimos 40 anos na Polónia começaram em 1992 e foram reactivadas recentemente pelo Presidente Lech Kaczynski, do partido conservador Prawo i Sprawiedliwosc (PiS, Lei e Justiça), no cargo desde 23 de Dezembro de 2005.
A forte animosidade entre eles data da década de 1990, quando Kaczynski começou a questionar o papel destacado que sempre fora atribuído a Walesa na comissão coordenadora dos sindicatos livres, nascidos nos estaleiros Lenine, de Gdansk.
Maria Dmochowska, directora adjunta do IPN, distanciou-se do conteúdo da obra; o que parece demonstrar as profundas divisões no país quanto à melindrosa questão de um passado ainda relativamente recente.

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