Torne-se perito

Sócrates "consciente" de que o TGV vai mudar Portugal

a O primeiro-ministro anunciou ontem, em Évora, o lançamento do concurso público internacional para a concessão da linha de alta velocidade entre Poceirão e Caia com a promessa de que o investimento vai mudar o país. "Nós temos bem consciência que este projecto vai mudar Portugal", asseverou o chefe do Governo, comparando com o que aconteceu há 25 anos atrás com a aposta na rede de auto-estradas e que permitiu que Portugal "encolhesse".A construção deste troço, com uma extensão de 167 quilómetros, vai custar 1,450 milhões de euros, devendo ser iniciada em 2010. A entrada em serviço da linha Lisboa-Madrid está prevista para 2013.
O lançamento do concurso serviu para José Sócrates sublinhar o carácter irreversível da alta velocidade em Portugal, "deixando de ser uma ideia e passando a ser uma decisão política que é fundamental para a modernidade do país". O primeiro-ministro sublinhou que o país não podia adiar "uma infra-estrutura absolutamente essencial para o seu desenvolvimento, para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e uma aposta na melhoria da economia".
Referindo-se aos outros países europeus que já têm instalada esta rede de alta velocidade, o primeiro-ministro garantiu que "os projectos têm sido bem sucedidos, sobretudo com impactos positivos nas economias", acrescentando que espera que o mesmo aconteça em Portugal.
"A rede de alta velocidade vai alterar o ordenamento do território, vai aproximar Portugal, tudo isto será diferente e a maior diferença sentirão aquelas cidades de média dimensão que vão ficar próximas quer da fronteira, quer de outros centros urbanos", asseverou José Sócrates. A partir de 2013, quando entrar em serviço a linha Lisboa-Madrid, "Évora ficará a 30 minutos de Lisboa e a 2h15 de Madrid, assumindo-se como uma das cidades capitais da alta velocidade, tal como Coimbra, Aveiro ou Leiria", lembrou.
O primeiro-ministro declarou ainda que Portugal não podia ficar divorciado das redes transeuropeias rodoviárias e ferroviárias. "Porque, não duvidem, isso teria um preço, e, quando ouço falar muito do investimento que vamos fazer, ouço falar menos do preço que pagaríamos para tomar a opção de não fazer. Teria um preço para o país e para as futuras gerações", salientou.
A ligação Lisboa-Madrid é a grande prioridade do Governo. "Para nos ligarmos à Europa, por isso, começámos com este troço", explicou, mas acrescentou que o executivo tem pressa, querendo que o concurso para o próximo troço, que ligará Poceirão a Lisboa e que incluirá a terceira travessia do Tejo, seja lançado ainda este ano.
Para José Sócrates, este é um projecto que deve estar "na fronteira tecnológica da Europa", referindo que Portugal precisa de "cinco por cento de estratégia e de 95 por cento de execução".

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