Primeira construção de Siza Vieira no Brasil inaugurada amanhã

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Novo edifício da sede da Fundação Iberê Camargo, projectado pelo arquitecto português DR

"Esta obra de Siza Vieira constitui uma inovação formidável em termos de arquitectura e soluções em engenharia", afirmou José Luiz Canal, o engenheiro civil que coordenou o projecto.

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"Esta obra de Siza Vieira constitui uma inovação formidável em termos de arquitectura e soluções em engenharia", afirmou José Luiz Canal, o engenheiro civil que coordenou o projecto.

A nova sede da Fundação Camargo foi construída em betão armado em toda a sua extensão, sem utilizar tijolos ou elementos de vedação, formando contornos arredondados para destacar a forma e o movimento das rampas construídas nos pavimentos. "É o único edifício no Brasil que foi construído totalmente em betão branco, que dispensa pintura e acabamentos, além de oferecer leveza, harmonia visual e beleza escultural à obra", esclareceu José Luiz Canal.

Em 2002, a maqueta do projecto de Siza Vieira foi premiada a nível internacional com o troféu Leão de Ouro, na bienal de arquitectura de Veneza, o que constitui um facto inédito em toda a América Latina.

Novo edifício em sintonia com o meio ambiente

O prédio foi construído na margem direita do Rio Guaíba, na região Sul de Porto Alegre e conta com nove salas para exposições, distribuídas pelos três andares do edifício. A temperatura e a humidade interior da obra projectada por Siza Vieira são administradas através de um controlo inteligente monitorizado de modo a garantir a protecção do acervo de Iberê Camargo.

"O sistema de ar condicionado produzirá gelo à noite, quando o custo de energia é mais barato, para assim refrigerar o ambiente durante o dia, reduzindo os custos da operação e maximizando a utilização de energia", explicou o coordenador do projecto.

O novo projecto de Siza Vieira dedica uma atenção especial ao meio ambiente. "A água da chuva vai ser reutilizada nas casas de banho e haverá uma estação de esgoto que se encarrega de tratar os resíduos sólidos e líquidos", indicou o engenheiro José Luíz Canal.

A água tratada resultante do processo de tratamento do esgoto servirá para regar todos os espaços verdes em volta do edifício. No andar de acesso principal à Fundação existe um átrio espaçoso que foi projectado com o propósito de dar visibilidade aos andares superiores. Esse átrio também poderá ser utilizado para diversas intervenções artísticas.

O atelier de gravura do pintor Iberê Camargo, as salas para cursos e oficinas de arte, o auditório com disponibilidade técnica para cinema e o parque de estacionamento para 100 veículos ficam no subsolo.