Grémio Lisbonense vai receber estatuto de instituição de utilidade pública

a O Grémio Lisbonense vai ser distinguido com o estatuto de "Instituição de Utilidade Pública" pela Câmara Municipal de Lisboa, disse à Lusa uma fonte da direcção daquela associação centenária. A Câmara de Lisboa emitiu um parecer positivo, em Novembro, para decretar a utilidade pública do Grémio Lisbonense. A direcção do Grémio Lisbonense solicitou entretanto uma reunião com carácter de urgência ao presidente da autarquia, António Costa, na tentativa de resolver o problema da ordem de despejo da organização, decretada por um tribunal no ano passado, disse a advogada da instituição, Paula Alves de Sousa.
A representante da colectividade adiantou que "a direcção do Grémio será recebida pela vereadora da Cultura", Rosália Vargas, em quem António Costa delegou o acompanhamento deste caso. O Grémio depara-se agora com outro problema, em caso de despejo: a falta de instalações onde colocar "os 166 anos de espólio histórico", como documentos, livros, móveis e até a cadeira de barbeiro que ainda hoje é utilizada na centenária associação, explicou a advogada.
O Grémio Lisbonense tem apelado a entidades públicas e a diversas personalidades para "salvar" a associação da ordem de despejo, alegando que se perderá o seu património cultural e histórico, bem como o apoio a idosos e desfavorecidos a quem presta apoio.
Os vereadores do PCP Rita Magrinho, do PSD Fernando Negrão e do Movimento de Cidadãos por Lisboa Helena Roseta manifestaram publicamente preocupação com a situação do Grémio Lisbonense.
Fundado a 26 de Outubro de 1842, o Grémio Lisbonense foi distinguido com o grau de comendador da Ordem de Benemerência pelo então Presidente da República Óscar Carmona, no ano em que comemorou o primeiro centenário (1942), e com a medalha de mérito "Grau Prata" da cidade de Lisboa pelos serviços prestados à comunidade. Da história da instituição fazem parte nomes como o de Agostinho da Silva, Sam Levi, Mestre Lagoa Henriques, mestre Lima de Freitas, maestro José Atalaia, Ferreira da Silva e do pedagogo João Lopes Soares, que tem uma placa comemorativa da sua passagem pelo Grémio em 1970.
O edifício onde está instalado o Grémio Lisbonense destaca-se pela "varanda da Santa Inquisição", por cima do Arco do Bandeira, virada para a Praça do Rossio, que foi mandada construir pelo Marquês de Pombal, após o terramoto de 1755.
Colectividade centenária corre o risco de ser depejada das instalações que ocupa no Rossio, por cima do Arco do Bandeira

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