Dois tenistas italianos suspensos por fazerem apostas em jogos

Potito Starace vai parar durante seis semanas, Daniele Bracciali tem um castigo de três meses para cumprir. FIT contesta

a Falar em apostas ilegais no ténis é falar forçosamente em Itália. Pelo menos nos últimos meses. Depois do "caso" Alessio di Mauro, ontem foi a vez de Potito Starace e Daniele Bracciali serem punidos com seis semanas e três meses de suspensão, respectivamente. Um castigo que a federação italiana critica severamente. "Foi feita injustiça", comenta.Um esclarecimento prévio: não, Starace e Bracciali não apostaram em encontros que eles próprios tenham disputado. O primeiro, o mais cotado dos tenistas italianos (31.º do ranking ATP), foi condenado por ter apostado 90 euros divididos em cinco "operações", há dois anos; o segundo cometeu o erro de ter feito cerca de 50 apostas de cinco euros entre 2004 e 2005. Se a punição não bastasse, aqui fica outra prova de que o crime não compensou: com esse investimento não ganharam um único cêntimo.
Agora vamos à sentença. Potito Starace vai cumprir seis semanas de suspensão a partir do dia 1 de Janeiro e terá de pagar uma multa de 30 mil dólares. Daniele Bracciali (258.º do ranking) teve menos sorte: vai parar durante três meses e terá de desembolsar 20 mil dólares.
Na prática, e olhando para o calendário desportivo de 2008, Starace só poderá regressar à competição em meados de Fevereiro, altura em que começará a temporada de terra batida na América do Sul. Quanto a Bracciali, já sabe como vai gastar a sua pausa forçada, devendo aproveitá-la para se submeter a uma operação ao ombro direito.
Tão ou mais indignada que os tenistas está a Federação Italiana de Ténis (FIT): "Tal como aconteceu com Alessio Di Mauro, as penas são totalmente desproporcionadas. Nenhum dos atletas apostou nos seus próprios encontros", contesta, em comunicado. "A ATP tem conhecimento de apostas feitas por jogadores há anos, mas só agora é que está a atacá-los para mostrar que faz alguma coisa para combater os encontros viciados por apostadores desonestos", argumenta, dizendo esperar que "paguem todos com a mesma dureza que foi reservada aos italianos".
É que não é a primeira vez que a espada da justiça da Comissão Anticorrupção da ATP cai sobre a cabeça dos italianos. Em Novembro, Alessio Di Mauro tornou-se (mais) famoso pelos piores motivos, ao afirmar-se como o primeiro profissional da modalidade a ser "apanhado" num esquema de apostas. Resultado? Nove meses de suspensão e 60 mil dólares de multa.
Mesmo com um fardo pesado para carregar, os responsáveis federativos desdramatizam a questão e invocam um argumento curioso para defenderem os tenistas da casa. "Trata-se apenas de falta de conhecimento das regras da ATP", frisam, insistindo que Starace e Bracciali não mais voltaram a apostar, quando descobriram que essa prática era terminantemente proibida pelo organismo associativo.

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