Cerca de 200 moradores de Alcobaça manifestaram-se contra traçado do TGV

a Perto de 200 moradores das freguesias de São Vicente de Aljubarrota, Prazeres de Aljubarrota e Évora de Alcobaça manifestaram-se sexta-feira à noite contra o traçado da linha de Alta Velocidade que vai ligar Lisboa ao Porto e que se prevê que passe por aquelas freguesias. A manifestação foi promovida pelo movimento Amigos da Terra por Amor à Camisola, iniciou-se com uma marcha muito lenta a partir daquelas freguesias e terminou junto aos Paços do Concelho, onde os promotores da deram conta das razões do protesto. "Deixamos de ter paz", "retalha as aldeias", "cria desertificação", "aumenta os impostos", "mais endividamento do Estado", "menos investimentos na saúde, educação, justiça" foram algumas palavras de ordem.
Valdemar Rodrigues, engenheiro do ambiente, afirmou que o projecto do TGV "é um desastre completo, é um projecto mau para a região e para o país". Na opinião deste antigo técnico da Rave não há traçados que sejam melhores do que outros e o TGV divide o território, é irracional e vai destruir ecossistemas fundamentais, como o da Ribeira do Mogo, junto a Alcobaça, onde nasce o rio Alcoa.
Também Carlos Mendonça, presidente da Associação de Defesa do Património de Alcobaça, defendeu o espaço da Ribeira do Mogo como um lugar de valor histórico e patrimonial, pela existência de grutas de enterramento no período neolítico e de um povoado pré-histórico.
Noémia Rodrigues, animadora do protesto, advogou a criação de um movimento de contestação do TGV à escala nacional, anunciando que vai ser feita uma petição para entregar na Assembleia da República.

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