Robert Indiana, o pai do ícone popular "Love"

"O eloquente exemplo" do casamento entre a arte popular e a civilização americana

Peças com duas a cinco toneladas: a escala é monumental, ao jeito dos artistas da pop art dos anos 60 e 70, como afirma o estudioso daquele movimento Marco Livingstone. São assim as 14 esculturas em aço das séries patentes na mostra de Lisboa, One Through Zero e Love, esta última a imagem de marca de Robert Indiana, que chegou a colaborar, entre outros, com Andy Warhol."Para o grande público, o nome poderá ser mais facilmente associado a uma composição com quatro letras da palavra "love" [amor], que não é apenas um ícone popular, mas uma imagem que marcou fortemente (...) toda uma época e uma geração", explica o crítico Alexandre Melo.
Ainda assim, segundo este perito, "os trabalhos de Robert Indiana são um eloquente exemplo do tipo de relações profundas que unem a arte popular à civilização americana". A ligação aos EUA ressalta, aliás, da mudança de nome, como faz notar Livingstone: Indiana nasceu Robert Clark em 1928, mas acabaria por tomar o apelido ao seu estado natal.
Robert Indiana começou por pintar inspirando-se na forma das folhas de ginkgo, mas foram as palavras, letras e símbolos que lhe acabariam por trazer maior reconhecimento no âmbito da pop art, movimento que procura espelhar de forma quase literal a realidade da cultura de massas.

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