Mais de 2100 mortos no ciclone do Bangladesh

15.000 feridos e 3,6 milhões de deslocados são também consequências provisórias da tempestade Sidr

a Os números são impressionantes: já se elevava ontem à noite a 2185 mortos, 15.000 feridos, centenas de desaparecidos e 3,6 milhões de deslocados o balanço, ainda provisório, do ciclone Sidr, que cerca de 48 horas antes se abatera sobre a costa do Bangladesh. A maior parte das mortes verificou-se na zona de Patuakhali-Barisal e nas ilhas do litoral, junto à fronteira com a Índia.O ciclone de grau quatro chegou na noite de quinta para sexta-feira à zona costeira onde residem as famílias de mais de 42.000 pescadores. Os terrenos ficaram cinco metros abaixo do nível das águas invasoras.
A tempestade também afectou Dacca, a capital, e os subúrbios, onde as árvores foram arrancadas pela raiz e arremessadas como projécteis por ventos de 250 quilómetros por hora.
Soube-se desde logo que as comunicações iriam ficar interrompidas durante alguns dias e que antes de segunda ou terça-feira não se poderia apurar a verdadeira dimensão da tragédia. À medida que as águas forem retrocedendo, as equipas de socorro temem encontrar muitos mais cadáveres em aldeias remotas.
O porta-voz governamental Faim Munaim declarou ontem pelo telefone à CNN que o Governo tivera uma reunião de emergência, para debater como é que irá ser possível a reconstrução das zonas sinistradas.
Centenas de equipas médicas, 12 helicópteros militares e oito canhoneiras têm andado a percorrer os 15 distritos mais afectados, que representam perto de um quarto do território nacional e onde se teme que o preço dos géneros básicos venha a aumentar.
Vince Edwards, director nacional da agência humanitária World Vision, contou que o temporal devastou os arrozais e vitimou muitas cabeças de gado, pelo que as populações vão necessitar de muito auxílio.
O secretário norte-americano da Defesa, Robert Gates, deverá aprovar planos de envio para o Bangladesh de três embarcações anfíbias, com 3500 fuzileiros, de modo a facilitar a distribuição da ajuda.

Sugerir correcção