Torne-se perito

Polícia Judiciária investiga triplo homicídio seguido de suicídio no Montijo

Construtor civil matou
a mulher e duas filhas
e depois suicidou-se

a Ainda estão por apurar os motivos que levaram Adelino Freire, um construtor civil do Montijo tido pela vizinhança como uma "pessoa calma", a matar a tiro a mulher e as duas filhas, e a suicidar-se em seguida. Os corpos foram encontrados na segunda-feira à noite, no interior da casa onde a família vivia, há cerca de dez anos, no Bairro do Saldanha. Na mesma rua, a empresa de Adelino Freire - a Adema Construções - estava a construir um prédio, onde ontem de manhã ninguém trabalhava.
Entre os vizinhos e comerciantes da zona, os comentários eram de consternação. Ninguém se apercebeu de qualquer discórdia entre o casal e mesmo os eventuais problemas financeiros, que poderão ter estado na origem dos crimes, são motivo de estranheza. "Os funcionários dele têm os salários em dia e mesmo os atrasos a um ou outro fornecedor não são nada de extraordinário nem motivo para uma tragédia destas", afirmou um dos moradores do bairro.
Contactado pelo PÚBLICO, um dos fornecedores da Adema Construções garantiu, porém, que Adelino Freire estaria a atravessar um período conturbado em termos profissionais. "Estava com dificuldades em vender as casas, mas isso está a acontecer com praticamente todos os construtores", refere. Embora os atrasos nos pagamentos a fornecedores não fossem "significativos", Adelino terá confidenciado, recentemente, a pessoas próximas que "qualquer dia acabava com tudo", conta a mesma fonte.
José Almeida, proprietário da moradia contígua à do alegado homicida, está convencido de que os crimes foram praticados na segunda-feira, depois das 8h00 da manhã. A sua família esteve em casa todo o domingo e não ouviu qualquer barulho suspeito. "Ouvimos os vizinhos a descer as escadas, como é que não ouvíamos aqueles tiros todos?", questiona-se. De uma coisa tem a certeza: os vizinhos eram "pessoas que não chateavam ninguém". O aparato policial de segunda-feira à noite causou, por isso, grande perplexidade. Terá sido o pai de Adelino a dar pela sua falta, embora não tenha conseguido, como pretendia, entrar na moradia do filho. "Parece que a chave não entrava na fechadura porque a porta estava trancada por dentro, e foi por isso que chamou a polícia", conta Almeida.
Muito dinheiro em casa
Nas imediações da casa começaram a multiplicar-se versões sobre o sucedido. "Dizem que quando a polícia entrou estavam montes de notas espalhadas pela casa", disse um comerciante do bairro. A Polícia Judiciária não confirma estes factos, limitando-se a revelar que "tudo indica tratar-se de um triplo homicídio seguido de suicídio".
O PÚBLICO apurou que foram usadas duas armas nos crimes, um revólver e uma caçadeira, e que havia uma "quantidade significativa de dinheiro" no interior da casa.
Adelino Freire tinha 46 anos, a mulher 44 e as filhas 11 e 21 anos. Estava a construir vários prédios no Montijo e um conjunto de moradias em Alcochete.
Pequeno destaque em caixa com fundo que tambem pode servir de legenda para a fotografia do lado esquerdo

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