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O melhor da Música Portuguesa

Celebrar a música nacional, os seus grandes intérpretes e as suas grandes canções é o objectivo da colecção que o PÚBLICO, em parceria com a Emi e a Valentim de Carvalho, está a editar durante dez semanas, com distribuição à sexta-feira, sábado e domingo. É uma jornada musical que vai dos anos 50 à actualidade, percorrendo os géneros mais distintos. Amanhã com o PÚBLICO, grátis, CD 1 + caixa do volume 8

a Se nos anos 60 começam a ouvir-se os primeiros gritos de revolução, a década seguinte é sem dúvida o período da canção de intervenção. Antes do 25 de Abril de 1974 e da revolução dos cravos que trouxe a liberdade às ruas, há as canções de protesto e de denúncia de um regime hipócrita, autoritário e caduco. Depois de conquistada a democracia, as lutas persistem, pois Sérgio Godinho já cantava que "só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, habitação, saúde, educação". "Do protesto e da tristeza anteriores a 1974 até à euforia que se lhe seguiu, são muitos os temas e as sonoridades, desmentindo a acusação tantas vezes repetida de monotonia. Estes trechos são ao mesmo tempo páginas de história e comoventes peças que valem por si mesmas", afirma David Ferreira, director geral da EMI e responsável pela selecção de canções de 50 Anos de Música - O Melhor da Música Portuguesa. Num volume dedicado aos anos 70 não poderia, pois, faltar um disco que revisitasse algumas das mais notórias canções políticas da década. A Música de Intervenção, CD distribuído com o PÚBLICO no sábado, recupera temas como A Morte Saiu à Rua de Zeca Afonso, Cantar de Emigração de Adriano Correia de Oliveira ou A Cantiga é uma Arma do GAC - Vozes na Luta. De Angola chega Monangambé de Ruy Mingas e, de Paris, Eh Companheiro de José Mário Branco. Por cá, Manuel Alegre afirma que É Preciso um País, enquanto Luiz Goes expressa o sentimento de toda uma geração ao cantar que o que é preciso é acreditar.
Apesar de ser a década da canção de intervenção, nos anos 70 outros ritmos continuam a invadir as ondas de rádio e a cativar os ouvidos dos portugueses. Muitos terão pensado que o fado, durante tanto tempo associado ao regime do Estado Novo (não podemos esquecer-nos do tríptico "Fátima, Futebol e Fado"), não sobreviveria à revolução. Porém, assiste-se na década de 70 ao lançamento de uma série de grandes sucessos do género. É o caso de Oiça lá ó Senhor Vinho de Amália Rodrigues, de O Rapaz da Camisola Verde de Frei Hermano da Câmara ou de O Homem das Castanhas, tema que integra o histórico álbum de Carlos do Carmo, O Homem na Cidade.
A colecção que quer reunir as melhores canções de sempre da música portuguesa não poderia deixar de parte os grandes sucessos dos anos 70. Êxitos, o CD que inaugura o volume desta semana e que é amanhã oferecido com o PÚBLICO, recorda os alguns dos fados mais populares da década, bem como temas A Minha Cidade de Paço Bandeira, Vinte Anos dos Green Windows ou Eu só Quero de Gabriela Schaaf.
A encerrar o volume desta semana um disco bipartido. O CD distribuído com o PÚBLICO no domingo é constituído por uma primeira parte - A Música Popular - que traz temas de grupos e artistas como a Banda do Casaco, Brigada Victor Jara ou Shila, que reflectem a progressiva fusão entre a música tradicional, o folclore e os elementos urbanos.
Já a segunda parte do CD é intitulada de A Pré-História do Rock e recorda-nos as primeiras incursões no género por parte de bandas portuguesas como os UHF, os Tantra ou os Petrus Castrus.

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