Faça as contas: para se livrar das calorias de uma fatia de bolo-rei tem de andar 84 minutos...

Livro e site ensinam a avaliar o exercício que tem de fazer para não engordar no Natal

O Natal está cheio de perigos e de prazeres que se pagam caro. Não, não estamos a falar do rombo na conta bancária por causa das prendas. O que está em causa aqui são coisas que se pagam com o corpo: as calorias de todos os petiscos natalícios, que insistem em ficar connosco para o resto da vida. Por exemplo, sabe o que tem de fazer para se ver livre de uma fatia de bolo-rei, cheia de frutos secos e cristalizados? Uma caminhada de 84 minutos.Estas contas estão disponíveis no site http://dietdetective.com , em que Charles Stuart Platkin, o autor do livro Diet Detective"s Count Down e de vários outros livros sobre dieta dá umas pistas importantes para compreender a importância dos excessos gastronómicos natalícios - e do que fazer para os compensar.
O Natal é um dos períodos mais difíceis do ano para quem tem de fazer dieta. Há trabalhos de investigação que mostram que as pessoas costumam ganhar pelo menos meio quilo neste período. E basta comer umas poucas centenas de calorias todos os dias nesta época para ganhar meio quilo. E nem sempre esse meio quilo a mais se foi embora quando chega a Primavera."A maior parte das pessoas não tem ideia nenhuma do que vale uma caloria", comentou Platkin à agência AP.
"As pessoas costumam relaxar durante o Natal. Além disso, há sempre muita comida disponível, e toda a gente tende a comer mais", disse Platkin, que se tornou em detective da dieta depois de ter perdido 22 quilos há 14 anos.
O seu novo livro tem uma lista de 7500 pratos comuns, que incluem itens costumeiros nos menus de restaurante e também fast food e produtos que se compram no supermercado. Faz as contas às calorias e diz ao leitor quanto tempo tem de gastar a fazer vários tipos de exercício para eliminar essas calorias do seu corpo, para que não seja verdade a máxima que muitas mulheres seguem como um mantra, quando se aproximam de uma sobremesa: um minuto na boca, uma hora no estômago e toda a vida nas ancas.
Por exemplo, uma porção de lasanha com carne e bastante queijo tem 490 calorias. Para se livrar delas e impedir que fiquem a morar nas suas ancas (ou noutra parte do corpo que seja particularmente amiga das gordurinhas em excesso), tem de fazer uma caminhada de 126 minutos, ou seja, mais do que uma hora. Se andar de bicicleta, são só 70 minutos, e se for dar umas braçadas na piscina é preciso uma hora inteira.
Uma bolachinha barrada com queijo, para enganar o apetite enquanto o peru não chegava à mesa? São 71 calorias. É preciso andar durante 18 minutos para a fazer desaparecer do seu sistema. Se for dançar, bastam 12 minutos.
E os amendoins, ou outros frutos secos com que se empanturrou (porque, quando se começa, é difícil parar)? Noventa amendoins têm 510 calorias, o que significa um passeio ainda maior que o necessário para dar cabo da lasanha: 131 minutos, 54 se for a correr.
Os doces são outra desgraça, em termos calóricos: meio copinho de gelado cremoso e precisa de uma caminhada de 72 minutos - se optar por uma das versões light que há no mercado, são só 31 minutos. Mas uma fatia de uma tarte de fruta que dê para dividir em oito representa 316 calorias. Se for nadar, são só 38 minutos enérgicos, se for andar, são 81 minutos.
E não se esqueça das bebidas: cada copo de vinho branco são 98 calorias, e uma cerveja 153. Isto representa um passeio de 25 e de 39 minutos, respectivamente.
A maior parte dos americanos - e a estatística pode valer para o resto do mundo - faz uma estimativa do que come 40 por cento abaixo daquilo que realmente ingere. E as pessoas que menos noção têm do que comem são os que vão debicando uma coisa aqui e outra ali, sem chegarem a encher o prato. "Essas pessoas sentem que não comeram quase nada, só umas batatinhas fritas aqui, um biscoito acolá. Mas todas estas coisas vão-se somando", comenta Platkin, que está a terminar o doutoramento na área da saúde pública.
Mas fazer estas listas é uma coisa útil para ajudar a controlar o que se come? "Para algumas pessoas pode ser mesmo muito útil, porque mostram que é preciso fazer muita actividade física para compensar o que se come", disse à AP a nutricionista Jeanne Goldberg, da Universidade de Tufts (EUA). Mas também pode desmoralizar outras pessoas, que sintam que nunca conseguirão fazer o exercício necessário.

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