Detido suspeito de atentado contra Anatoli Chubais

Ivan Mironov, que era procurado sob a acusação de estar implicado numa tentativa de assassínio do político russo Anatoli Borisovich Chubais (na foto), em Março de 2005, foi detido em Moscovo na segunda-feira. A revelação foi feita ontem à agência noticiosa Itar-Tass pelo advogado de defesa Victor Viskreptov, sem que tivesse havido confirmação oficial por parte da Procuradoria-Geral da República. No centro de detenções da Rua Petrovka, Ivan aguarda agora vir a saber se terá realmente de responder pelo delito de que é acusado. Durante os interrogatórios preliminares declarou nada ter a ver com este assunto, pelo qual foi inicialmente detido o coronel na reserva Vladimir Kvachkov. Este desmentiu igualmente as acusações de ter conspirado contra a vida de Anatoli Chubais, nascido na Bielorrússia em 1955.
Ivan Mironov, 25 anos, estudante de História, era procurado desde o ano passado, por suspeita de envolvimento no ataque a Chubais, uma figura sobretudo conhecida pelo seu papel nas privatizações e na criação de uma oligarquia russa.
Segundo o advogado de defesa, as autoridades também detiveram o pai de Ivan, Boris Mironov, "suspeito de incitamento a discórdias interétnicas". Não se sabe ainda se virá a ser incriminado.
Foi a 17 de Março de 2005 que abriram fogo contra a caravana em que seguia Chubais. O antigo vice-primeiro-ministro fez fortuna durante a sua participação em lugares executivos, aproveitando a anarquia que se seguiu ao desmoronar da União Soviética, e quando o Presidente era Boris Ieltsin.
Os antigos pára-quedistas Alexander Naidionov e Robert Iashin também já foram detidos sob suspeita de envolvimento na tentativa de neutralização de um político e economista que é particularmente conhecido por ter sido o "braço-direito" do então primeiro-ministro Igor Gaidar, que recentemente se sentiu mal, logo a seguir ao envenenamento do ex-espião Alexander Litvinenko.
Gaidar e Chubais foram os principais reformistas associados à terapia de choque da era de Ieltsin, a das privatizações. Perdeu depois terreno quando Vladimir Putin se tornou o chefe todo-poderoso do Kremlin.
Em anos mais recentes, Chubais foi um dos fundadores da União das Forças de Direita, que de 1999 a 2003 conseguiu ocupar 29 lugares no Parlamento, mas logo em Janeiro desse último ano se afastou dos órgãos directivos do grupo.
A opinião pública russa tende a ver Chubais como alguém que se apropriou de bens públicos utilizando os cargos de vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças. J.H.

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