Um partido racista e xenófobo

"Morte à Bélgica!" O slogan do Vlaams Belang - Interesse Flamengo - traduz o essencial do seu programa: além de decretar guerra aos estrangeiros - o que inclui os francófonos que constituem a outra grande comunidade linguística do país - o partido extremista bate-se pelo fim da Bélgica enquanto tal. Depois da sua criação em 1978 - com a anterior designação de Vlaams Blok (Bloco Flamengo) proibida em 2004 por racismo e substituido por uma novas versão com uma denominação só muito ligeiramente diferente mas com os mesmos dirigentes - o partido foi progredindo de forma regular em cada eleição. Até contar, actualmente, com a simpatia de quase um milhão de flamengos. Com um discurso abertamente racista, sobretudo contra as comunidades imigrantes de África, Turquia ou Norte de África, o VB não poupa igualmente os francófonos que pretende ver fora da Flandres. As suas teses encontram algumas raízes na profunda frustração de muitos flamengos que não esquecem o que consideram a humilhação e arrogância de que se sentem historicamente vítimas por parte dos francófonos, os antigos detentores do poder político e económico. O grande objectivo do VB é acabar com a Bélgica, para permitir à Flandres, cujo símbolo é um leão, afirmar a sua actual superioridade política e económica, e desfazer-se de uma vez por todas do peso morto que, do seu ponto de vista, constitui a Valónia. Com os seus 25 por cento do eleitorado flamengo, o Vlaams Belang acabou por contaminar o debate político da Flandres inspirando o discurso de vários outros partidos, que recusam deixar nas mãos dos extremistas a defesa dos interesses da nação flamenga. I.A.C., Bruxelas

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