Medeia Card Para os que não gostam de cinema com pipocas

King Kard vs Medeia Card

O que muda?A partir de 1 de Outubro o King Kard passa a ser aceite apenas nas 16 salas dos Cinemas Millenium Alvaláxia. Deixa de poder ser usado nos cinemas Monumental-Saldanha, King, Fonte Nova, Nimas (Lisboa), Cidade do Porto e Campo Alegre (Porto).
Quanto custam?
O King Kard custa 15 euros por mês e 170 por ano, o Medeia 13/mês e 150/ano. O preço de adesão é o mesmo: 5 euros.
É possível trocar o King Kard pelo Medeia?
Sim. Mesmo para os aderentes que escolheram a modalidade de pagamento anual. Podem transferir os meses que ainda têm disponíveis para o novo cartão sem custos, garante Paulo Branco.
O que quer o Medeia Card?
Criar condições de acesso privilegiado e contrariar o tipo de acolhimento dos multiplex (dividir o público entre os que gostam de cinema com pipocas e os que não gostam).
O Medeia Card, o cartão de descontos que Paulo Branco criou para fidelizar públicos nas suas salas de cinema, foi ontem apresentado no Monumental, em Lisboa.
Apesar de o produtor e distribuidor insistir que o principal objectivo não é roubar aderentes ao King Kard, cartão semelhante a que Paulo Branco esteve associado quando ainda geria os cinema Millenium Alvaláxia, a concorrência é inevitável. Ambos custam cinco euros e permitem aos aderentes ver até dois filmes por dia mediante o pagamento de uma mensalidade ou anuidade. As diferenças estão nos preços e nos locais em que podem ser usados: o King (15 euros por mês ou 170 por ano) dá direito a descontos nas 16 salas do Alvaláxia, enquanto o Medeia (13 euros/mês e 150/ano) abrange as 19 salas de Paulo Branco (Monumental, Saldanha, King, Fonte Nova, Nimas, Cidade do Porto e Campo Alegre). Até à criação do novo Medeia, o King Kard dava acesso às 35 salas.
Paulo Branco, que garante que o princípio dos cartões é o mesmo, disse ontem que criou o Medeia Card porque quer marcar a diferença nos seus cinemas. "A nossa política de acolhimento sempre foi mais personalizada", garantiu. "Quem gosta de pipocas vai a um multiplex [como o Alvaláxia]. Quem quer tranquilidade, vem aqui [Cinemas Monumental]."
Paulo Branco teve as suas salas associadas ao King Kard até há cerca de duas semanas. As receitas do cartão, que tinha em média entre 6000 e 7500 aderentes por ano, eram divididas entre as duas empresas que o promoviam: a do produtor e a Cinemas Millenium, que fundou e a que esteve ligado até Janeiro, depois de em Maio de 2005 ter declarado a sua insolvência por dificuldades financeiras. Hoje as dívidas da empresa ascendem a 25 milhões de euros, garante a sua actual administradora. A próxima assembleia de credores realiza-se em Novembro.
"O cartão Medeia não é um ajuste de contas com a concorrência", diz Paulo Branco, explicando que a oferta de filmes, tirando as salas especializadas do King e do Nimas, é praticamente a mesma. "As pessoas só terão de escolher o local e a forma como gostam de ser recebidas quando vão ao cinema."
Os aderentes do King Kard que queiram mudar para o Medeia podem fazê-lo sem custos a partir de amanhã, embora possa ser usado nos cinemas de Paulo Branco até sábado. Os que já pagaram a anuidade e querem optar pelo novo cartão podem transferir os meses que ainda têm disponíveis para o Medeia. Lucinda Canelas

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