Alforrecas libertam veneno à velocidade de balas

Os nematocistos
são armas em miniatura, que contêm cocktails de toxinas capazes de paralisar
um camarão

Cientistas alemães utilizaram uma câmara electrónica de ultra-alta-velocidade e verificaram que o mecanismo de disparo dos nematocistos das alforrecas é um dos processos mais rápidos da natureza.Timm Nuchter e os seus colegas da Universidade de Frankfurt captaram o momento do disparo de um nematocisto a 1.430.000 imagens por segundo e observaram que a descarga pode durar 700 nanossegundos, criando uma aceleração equivalente a mais de cinco milhões de vezes a força da gravidade. Isto faz com que uma massa pequena gere uma pressão de impacte equivalente a uma bala, diz o artigo que publicaram na revista científica Current Biology.
As alforrecas, tal como os hidrários e outros cnidários, têm numerosas células urticantes, os cnidoblastos. Dentro destes existe uma cápsula, o nematocisto, que contém veneno e um filamento inoculador. Na superfície das células urticantes existe um cílio que, quando estimulado, provoca a abertura do nematocisto: o filamento sai e descarrega o veneno sobre a presa, para se defender ou para se alimentar.
Estes nematocistos são armas celulares que contêm um cocktail de veneno, o que faz de algumas alforrecas animais muito venenosos. A injecção das toxinas requer um mecanismo de libertação que permita perfurar o tecido exterior da presa. Já se sabia que uma alteração de pressão levava à descarga do nematocisto e que os estiletes podiam penetrar carapaças de crustáceos. No entanto, desconheciam-se as forças envolvidas, pois a descarga era tão rápida que nenhuma câmara conseguia captá-la.

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