Projecto pretende ser mais leve que os da concorrência, misturando informação com lazer

O novo Programa da Manhã, que a SIC estreia na segunda-feira, quer diferenciar-se das ofertas da RTP e da TVI com uma emissão de cariz informativa, mas também com uma abordagem pouco habitual a áreas como a saúde, educação ou cultura. O programa ocupa a faixa horária entre as 7h00 e as 10h00, substituindo a programação infantil.O programa está a ser preparado desde Novembro e será conduzido por Pedro Mourinho, rosto habitual na SIC Notícias, e Vanessa Oliveira, vinda da TVI, onde apresentava as notícias do reality show 1ª Companhia. A coordenação está a cargo do jornalista Luís Costa Ribas, que foi correspondente da SIC em Washington.
A missão do Programa da Manhã não será fácil nos primeiros meses: terá que rivalizar com o líder Bom Dia Portugal, que conseguiu um share médio de 37,8 por cento desde o início do ano (127 mil pessoas, num universo de 9,4 milhões), mas terá também um concorrente "dentro de casa". A SIC Notícias, no universo cabo - disponível para 4,3 milhões de telespectadores -, consegue uma média de 11.900 telespectadores. O perigo da canibalização de audiências não assusta Francisco Penim: para o director de programas o modelo do canal de cabo vai mais na esteira da RTP e TVI, ao passo que o Programa da Manhã "é um produto diferente e complementar da SIC Notícias".
"A diferença em relação aos outros canais está na quantidade, qualidade e variedade da informação. Os outros programas são um pouco repetitivos: ambos dão as mesmas notícias e têm os mesmos esquemas. Claro que teremos que dar as notícias, mas o programa não é só informação", afirmou o pivot Pedro Mourinho na apresentação à imprensa. É Vanessa Oliveira que acrescenta que pela sua sala de estar vai passar o Portugal que ainda está a acordar. Por isso mesmo, a ela caberá a tarefa de explorar temas como a saúde e nutrição, educação, utilidades. "Não é um telejornal de três horas, é um programa variado", especifica Alcides Vieira, director de informação.
O programa terá espaço para rubricas como Café com - uma conversa ao pequeno-almoço com alguém conhecido ou anónimo; Sentido Contrário terá reportagens sobre profissões com ritmos diferentes do habitual; terá opinião em estúdio, mas também recolhida na rua, junto dos transeuntes. Por exemplo, na segunda-feira, estará uma equipa no Colégio Valsassina, em Lisboa, para acompanhar uma manhã no estabelecimento de ensino. "Noutros dias vamos estar numa fábrica, numa loja, num ginásio (para falar, por exemplo, sobre os exercícios que se podem fazer ao levantar da cama)", descreve Alcides Vieira.
A informação será marcada por um forte recurso aos directos no exterior. Francisco Penim diz mesmo que o programa marca o alargamento do recurso ao directo na emissão da SIC: das 7h00 às 16h00, sem interrupções. Além disso, é visto como uma mais-valia para a redacção da SIC, que estará "mais dinâmica" mais cedo.
"Será um programa útil, próximo dos portugueses, que interaja com eles, que os ajude a despertar de forma simpática", resume Alcides Vieira.