Impasse na compra dos "tram-train" prejudica serviço da Metro do Porto

O atraso no concurso de aquisição dos novos veículos "tram-train" para a primeira fase do metro do Porto pode tornar-se "um problema para a qualidade do serviço", avisou ontem Dominique Gautier, administrador-delegado da Transdev em Portugal, concessionária da primeira fase do projecto. Em causa está a falta de uma decisão final sobre o grupo que irá fabricar os novos veículos, processo em que concorrem a Siemens e a Bombardier. Previa-se que a resolução sobre a compra das novas composições pudesse surgir ainda no terceiro trimestre de 2005, mas até hoje os fabricantes e o operador continuam a aguardar pelo desfecho do concurso. O Conselho de Administração da Metro do Porto já teria escolhido a adjudicação à Bombardier, que produziria 30 veículos para percursos suburbanos por 120 milhões de euros, mas entendeu não tomar oficialmente esta decisão. Isto porque, uma vez em gestão corrente, a empresa pretende que seja o próprio Governo a ponderar se o investimento é ou não exequível no actual cenário de contenção. Como os ministérios das Finanças e das Obras Públicas e Transportes vetaram quaisquer despesas adicionais, ou recursos a novos endividamentos, a aquisição faseada de viaturas - um lote de sete mais duas de reserva, por exemplo - também é uma hipótese possível.
A empresa conta com um "atraso possível de seis meses a um ano" entre a conclusão da primeira fase do projecto - no início de Março - e a entrada em operação dos novos "tram trains", que são diferentes e mais rápidos do que os actuais metros ligeiros. Uma das soluções provisórias será "optimizar" a utilização do equipamento que estava destinado ao troço Castelo da Maia-Trofa, já que este acabou por ficar excluído da primeira fase.
O contrato de concessão com a Transdev Portugal, participada do grupo de origem francesa Transdev, envolve a pré-operação, operação e manutenção da primeira fase do metro do Porto. O acordo deverá prolongar-se até meados de 2009, uma vez que o prazo de concessão é de três anos após a última abertura da primeira fase. A empresa está interessada em manter-se no projecto, pelo que deverá concorrer para dar continuidade à sua actual posição na segunda fase, acrescentou ainda o administrador-delegado. Inês Sequeira e Andréia A. Soares

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