16º Festival de BD da Amadora começa hoje com música e teatro

O tema é o sonho, que ganha outra dimensão associado ao centenário de Little Nemo, de Winsor McCay

Um espectáculo de música e teatro inaugura hoje à noite o 16.º Festival Internacional de BD da Amadora (FIBDA), que decorre até 6 de Novembro.O tema central do evento é o sonho, que chegou a estar previsto em 2004. A celebração do centenário da primeira publicação (15 de Outubro de 1905, nos Estados Unidos) da série Little Nemo in Slumberland (Winsor McCay), permitiu aos organizadores explorarem de forma mais abrangente a dimensão onírica da banda desenhada, expressa num conjunto de exposições: Little Nemo e Winsor McCay; O Sonho na BD Portuguesa; O Sonho na BD; Homenagens e Paródias a Little Nemo; e Dream Comics.
O espaço central do evento é a nave comercial da estação de metro da Falagueira (Amadora-Este). Tal como no ano passado, é aí que podem ser vistas a maior parte das exposições e, em particular, os núcleos que desenvolvem em múltiplas direcções o tema do festival. Dois autores portugueses têm igualmente direito a exposição individual: Ricardo Ferrand e José Abrantes, este a celebrar 30 anos de carreira. A série europeia Taka Takata, de Jo-El Azara (criada há 40 anos), o argumentista Ed Brubaker e os concursos de BD do festival completam a lista de mostras apresentadas no mesmo local.
Este ano, a organização investiu na melhoria das condições de arejamento e renovação de ar do espaço, que tantas críticas suscitaram em 2004. A montagem das exposições também correu melhor, pois a organização já está mais familiarizada com os problemas colocados pela área. "Não é o local ideal", reconhece Nelson Dona, director do festival, lembrando que a Fábrica da Cultura "também não era". Enquanto a requalificação deste último local não avança - parece ser a solução mais credível para dotar o concelho de um local de exposições e realizações culturais e económicas à altura das necessidades -, a Falagueira continuará a abrigar o festival nos próximos anos.
A opção por uma tema central, que tem caracterizado as últimas edições da Amadora, é também para manter, confirmou Nelson Dona: "Pode ser mais técnico ou mais aberto, mas vamos continuar a apostar nisso." Este ano, acrescentou, a par da produção do festival de 2005 foi feita a programação de 2006, cujo tema já está delineado - Dona não o quis revelar.
O FIBDA desdobra-se por outros pontos da cidade. Originais de Miguel Rocha podem ser vistos na Galeria Artur Bual e a Casa Roque Gameiro acolhe as exposições de ilustração (Marta Torrão) e de homenagem a Carlos Alberto Santos. O cartoon está, como de costume, nos Recreios da Amadora, e o Centro Nacional da BD e Imagem apresenta uma colectiva alusiva aos cinco anos de existência do centro.
O leque de autores estrangeiros que já confirmaram presença é de peso, com destaque para Giardino, Rick Veitch, Max, Boucq, Marchand, Gibrat, Brubaker, Cameron Stewart, Sean Philips, Liam Sharp e outros.

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