Alberto do Mónaco assume paternidade de menino de dois anos, filho de uma hospedeira

Príncipe garante
que acompanhará
o crescimento do
filho e que a sucessão não está em risco

Depois de o escândalo ter rebentado em Maio deste ano nas páginas da revista Paris Match, o príncipe Alberto do Mónaco, herdeiro do trono, admitiu ontem oficialmente ser o pai de Alexandre, uma criança de dois anos, fruto da relação amorosa que o futuro soberano monegasco manteve com uma hospedeira de bordo do Togo, naturalizada francesa. "Assumo inteiramente as minhas responsabilidades e assegurarei a parte que me cabe na educação desta criança, preocupado com o seu futuro e com a protecção do seu direito a uma juventude normal, protegida da curiosidade dos media", declarou o príncipe à revista Le Monde 2. "A sua existência não causará qualquer incidente no funcionamento do regime nem sobre a minha sucessão", acrescentou.
Ontem, terminado o período de três meses de luto pela morte de Rainier III, foi divulgado um comunicado oficial assinado pelo advogado do príncipe, onde se reafirma esta posição.
De acordo com a AFP, que cita o jurista da casa real, no entanto, a criança "não surgirá na sucessão oficial ao trono, e não terá o apelido Grimaldi", uma vez que não resultou de um casamento civil e religioso.
Um dos mais desejados solteiros do mundo, Alberto não terá resistido, assim, às pressões de Nicole Coste, de 33 anos, que contou à Paris Match ter mantido uma história de amor com Alberto, iniciada num voo entre o Mónaco e Paris, em 1997.
O namoro prolongou-se até 2002, altura a partir da qual a relação terá esfriado. Quando a ex-hospedeira da Air France deu à luz, em Agosto de 2003, começou o pesadelo de Alberto.
No início de Julho, Nicole Coste declarava à AFP ter "pena de que o príncipe renunciasse reconhecer o seu filho", justificando desta forma ter resolvido recorrer aos media. "Tive uma educação católica muito rigorosa e para mim é uma vergonha não poder dizer à minha família quem é o pai da criança", aduziu, sublinhando: "Sempre disse a Alberto que o Alexandre não viveria escondido."
A família real monegasca criticou publicamente o timing da revelação de Nicole Coste à Paris Match, feita logo a seguir à morte de Rainier III. Mas, desde esse momento, sabia que não conseguiria mais ocultar o problema. Nas páginas da revista, surgiram fotografias de Alberto dando de comer a uma criança de cabelo encaracolado.
O próximo soberano do principado criticou duramente essa exposição mediática. E garante que tudo fará, a partir de agora, para que Alexandre possa ter uma infância preservada da curiosidade voraz da comunicação social.
De acordo com a revista L"Express, o actual desenlace foi longamente negociado por ambas as partes e terá envolvido, inclusive, uma análise genética secreta num laboratório na Suíça.
A gravidez de Nicole resultou do facto de ela se ter esquecido de tomar a pílula durante uma viagem a Nova Iorque, segundo ela própria disse a Alberto, num telefonema em Janeiro de 2003. Alberto, muito perturbado, recusou assumir a paternidade, propondo mesmo a realização de um aborto, refere o L"Express - a sucessão poderia estar em perigo, explicaram os seus advogados.
Nicole acabaria por chegar sozinha ao hospital Saint-Vicent-de-Paul, em Paris, no dia 24 de Agosto de 2003. A mulher, já com dois filhos, explicaria que, segundo a tradição africana, o nascimento de uma criança é um dom dos céus. E que o pai deveria estar à altura do acontecimento. Alberto ainda reclamou a prova do ADN. E ainda tentou desmobilizar a sua ex-namorada. Sem sucesso.

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