Milhares reúnem-se para ouvir o mais famoso evangelista

Billy Graham está em Nova Iorque naquela que deverá ser a sua última intervenção pública por causa do seu estado de saúde

Entre 50 mil a 60 mil pessoas em Nova Iorque ovacionaram anteontem à noite de pé o mais famoso tele-evangelista nos Estados Unidos, Billy Graham, naquela que poderá ser a sua última aparição pública. Conhecido como o "pastor da América", Billy Graham, de 86 anos, sofre de vários problemas de saúde, incluindo cancro da próstata.No primeiro dos três dias de encontros em Nova Iorque, ou "cruzada", como lhe chamou, Billy Graham apelou aos milhares de fiéis que se encontravam em Queens para terem fé em Jesus, cita a BBC on line.
As palavras e a imagem do pastor foram igualmente difundidas através de ecrãs gigantes, montados nas imediações de um parque nesta zona de Nova Iorque. Vários intérpretes faziam a tradução em mais de vinte línguas.
"O que o mundo mais precisa nos nossos dias é que a natureza humana se transforme e seja capaz de nos fazer amar e não odiar", apelou Graham à multidão. "A civilidade do homem está a ser relegada para segundo plano em relação à sua capacidade tecnológica. Isto pode ser sinónimo de desastre e catástrofe para o mundo", alertou. "Somos todos pecadores, cada um de nós. Por isso precisamos de uma mudança radical", cita ainda a Reuters.
Com uma voz forte, mas aparentando um ar bastante fragilizado, aquele que é considerado o inventor da tele-evangelização, não passou ao lado do seu estado de saúde, que inclui ainda a doença de Parkinson e falta de visão e audição, admitindo que devia estar a passar uma imagem de anti-clímax. "Os meus sermões são mais curtos do que costumavam ser", disse no final da sua intervenção de meia hora.
Ao longo da sua vida, Graham terá pregado a 210 milhões de pessoas em 185 países - mais do que o Papa João Paulo II, sustentam alguns - e escreveu 24 livros. O presidente dos Estados Unidos é um dos muitos seguidores do tele-evangelista. George W. Bush, metodista, admitiu ter sido Graham a trazê-lo de volta ao cristianismo e a mudar os seus hábitos de vida, dominados por hábitos de consumo de álccol excessivos, escreve a Reuters. O pastor é conselheiro espiritual de Bush desde os anos 50.
E foi nessa mesma década que Graham iniciou a sua "cruzada" em Nova Iorque, dando origem, para muitos, ao movimento cristão evangélico moderno e ao tele-evangelismo. Corria o ano de 1957, quando o pastor se estabeleceu na cidade para pregar durantes seis semanas. As orações acabaram por durar quatro meses e mais de dois milhões de pessoas terão ido ao Madison Square Garden ouvir as suas palavras.
O filho de Billy Graham, Franklin, deve tomar o lugar do pai quando este falecer.

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