câmara de coimbra embargou oitavo andar dos jardins do mondego

O início da construção de um oitavo piso, nos luxuosos apartamentos situados em frente ao Parque Verde do Mondego, em Coimbra, indignou a Comissão Concelhia do PCP, que exigiu este fim-de-semana, em comunicado, uma resposta por parte da autarquia. Confrontado com a ilegalidade, uma vez que o alvará de loteamento apenas permite a edificação de sete andares naquela zona, o vereador responsável pelo pelouro do Urbanismo, João Rebelo, garantiu já ter embargado a construção do oitavo andar nos cinco lotes em questão. "Nesses pisos, os trabalhos já pararam", assegurou. O projecto de construção dos Jardins do Mondego, empreendimento imobiliário separado do rio Mondego pela Avenida da Lousã e pelo Parque Verde do Mondego, foi aprovado pelo anterior executivo camarário socialista de Coimbra, e o alvará de loteamento aprovado, apesar de ter sofrido alterações, nunca incluiu a permissão de construir um oitavo piso. Contudo, os responsáveis pelo empreendimento resolveram avançar com a edificação dos oitavos patamares, o que motivou a reacção dos comunistas: "Aquilo está visível! E queremos denunciá-lo publicamente", declarou Francisco Queirós, da Comissão Concelhia do PCP.
Para o vereador, a resposta está dada: "Não estava autorizado, foi embargado", resume João Rebelo. Apanhado de surpresa com a notícia do embargo da construção dos pisos, Queirós considerou a decisão positiva: "Ainda bem", reconheceu.
O edil confirmou também que os investidores apresentaram uma proposta com alterações ao projecto, que a câmara municipal ainda vai discutir, "dentro de uns tempos", e "aprovar ou não", ressalvou. João Rebelo adiantou apenas que a proposta "prevê várias coisas" e engloba "os terrenos envolventes", mas, como "ainda não está toda trabalhada", não vai "especular" sobre o que pode acontecer, caso seja aprovada. Saber se a proposta inclui ou não a construção do oitavo piso é, para o vereador, "irrelevante para o momento em questão", porque a construção desses pisos foi embargada, justifica.
O PÚBLICO tentou ontem contactar Emídio Mendes, o proprietário do empreendimento imobiliário, mas este encontrava-se no estrangeiro. Também sem sucesso se revelaram os contactos junto da empresa Quinta do Junqueiro, sediada em Lisboa, por ser fim-de-semana. Maria João Lopes

Sugerir correcção