Procter & Gamble compra Gillette

O gigante norte-americano de produtos para o lar Procter & Gamble (PG) - que fabrica, por exemplo, o detergente Tide - anunciou ontem a intenção de comprar o grupo Gillette por 57 mil milhões de dólares (43,714 mil milhões euros), para arrebatar o primeiro lugar do sector à anglo-holandesa Unilever. O investimento que a Procter irá fazer equivale a um quarto do Produto Interno Bruto português.A megafusão deverá verificar-se no termo de uma troca de acções Procter & Gamble com a Gilette, proprietária das lâminas com o mesmo nome e das pilhas Duracell. Segundo os termos do acordo aceite pela Gillette, a Procter & Gamble propõe 0,975 títulos (acções) por cada acção Gillette, ou seja, um "prime" (bónus) de 18 por cento face ao valor de encerramento das acções de quinta-feira. A operação deverá ser finalizada no Outono de 2005, mediante a autorização da autoridade para a concorrência, sublinha a Procter & Gamble em comunicado. Esta fusão originará a supressão de 6000 postos de trabalho, ou seja, quatro por cento do total das 140.000 pessoas funcionárias dos dois grupos, afirma a PG, que espera desbloquear sinergias avaliadas entre 14 mil milhões de dólares (10,736 mil milhões de euros) e 16 mil milhões de dólares (12,27 mil milhões de euros).
A compra da Gillette torna-se, assim, na maior aquisição realizada pela Procter & Gamble ao longo dos seus 168 anos de história. Em Setembro de 2003, a companhia norte-americana tinha adquirido a firma de cosméticos alemã Wella por 6900 milhões de dólares.
A companhia que irá surgir da fusão deverá alcançar uma facturação anual de 60.700 milhões de dólares, ficando atrás apenas do gigante Nestlé - 65.400 milhões. A Unilever, que a Procter pretende destronar, tem um volume de negócios anual de 48.250 milhões de dólares.
O presidente da Procter & Gamble, Alan Lafley, afirmou ontem que a combinação de actividades das duas companhias - que unificarão operações de produção, desenvolvimento tecnológico e distribuição - constitui uma oportunidade única para fortalecer a presença do grupo nos mercados mundiais.

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