Eliminados e humilhados

Alguns dos futuros e actuais craques do futebol português deixaram ontem os Jogos Olímpicos depois de serem derrotados por 4-2 pela Costa Rica. Numa partida que não podiam perder, os jogadores portugueses efectuaram nova exibição ridícula e despediram-se de forma vergonhosa do torneio, deixando uma imagem paupérrima do futebol luso, ainda pontuada com uns quantos tiques de vedetismo materializados em agressões gratuitas a adversários e a uma chuva de cartões amarelos e vermelhos.Em apenas três jogos contra opositores sem praticamente nenhum historial no futebol internacional (Iraque, Marrocos e Costa Rica) a selecção olímpica de Portugal foi capaz de somar duas derrotas, nove golos sofridos, três expulsões, 12 cartões amarelos, para além de três exibições sem ponta de garra e qualidade. Mau de mais para ser verdade e para justificar as esperanças que inicialmente existiam na conquista de uma medalha, um dos objectivos da selecção treinada por José Romão à partida para Atenas.Ontem, em Creta, frente à modesta Costa Rica, que não tinha ainda apontado um único golo no torneio olímpico e apenas havia somado derrotas nos dois encontros disputados anteriormente, Portugal realizou mais uma exibição risível. Sem poder contar com alguns dos habituais titulares por castigo (Boa Morte, Ronaldo e Bruno Alves), Romão colocou em campo Danny (o único jogador português que se salvou nesta participação olímpica), João Paulo e Carlos Martins, apostando ainda em Mário Sérgio na posição do habitual titular Frechaut. E manteve o esquema táctico composto por três defesas centrais que tão pouca fiabilidade vinha evidenciando.O resultado foi mais um jogo repleto de falhas defensivas sem que o ataque, que vinha sendo o abono de família da selecção portuguesa, conseguisse compensar os desacertos da defesa de Portugal.Sabendo que tinham que vencer para ficar livre de qualquer sobressalto, os futebolistas portugueses até começaram bem, sobretudo porque Danny lutava na zona de ataque e aplicava velocidade no futebol português. Foi dos pés do avançado do Sporting que o primeiro golo de Portugal nasceu, numa bonita jogada de contra-ataque finalizada de cabeça por Hugo Almeida.Na primeira vez que foi à baliza adversária com perigo Portugal marcou e ninguém duvidava da fragilidade da selecção costa-riquenha. A partida continuou pachorrenta e só a expulsão de João Paulo, por acumulação de cartões amarelos a segundos do intervalo, quebrou a monotonia.Em inferioridade numérica, os portugueses iniciaram o segundo tempo tentando segurar a vantagem. Só que erros defensivos clamorosos foram destruindo as pretensões lusas. Num canto, a Costa Rica chegou ao empate, depois de algumas ameaças. Mas os craques portugueses nem tiveram tempo para temer o descalabro pois Jorge Ribeiro marcou de livre.Foi a única ocasião de golo dos portugueses em toda a segunda parte. A partir daqui a Costa Rica dominou, enviou duas bolas ao poste e deu a volta ao marcador, apontando mais três golos e desfazendo de um modo tão fácil quanto justo as pretensões dos futebolistas portugueses a uma medalha.Árbitro: Carlos Torres (Paraguai).PORTUGAL - Moreira, João Paulo, Fernando Meira, Ricardo Costa, Mário Sérgio, Bosingwa (Hugo Viana, 79'), Raul Meireles, Jorge Ribeiro, Carlos Martins (Frechaut, 48'), Danny e Hugo Almeida (Lourenço, 65').COSTA RICA - Michael Drummond, José Villalobos, Pablo Salazar (Eric Scott, 46'), Michael Umana, Roy Myre, Carlos Hernandez (Warren Granados, 80'), José Luís Lopez, Pablo Brenes, Júnior Diaz, Whayne Wilson (Álvaro Saborio, 46') e Jairo Arrieta.Cartão amarelo para Mário Sérgio (27'), Raul Meireles (33), João Paulo (38', 46') e Lourenço (77'). Cartão vermelho para João Paulo (46') e Hugo Viana (93').Marcadores: 1-0, Hugo Almeida (29'); 1-1, José Villalobos (50'); 2-1, Jorge Ribeiro (54'); 2-2, Fernando Meira (68') própria baliza; 2-3, Álvaro Saborio (71'); 2-4, Pablo Brenes (91').

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