Robbie Williams chegou, cantou e conquistou

Dos oito aos oitenta anos, mais de 16 mil pessoas deixaram-se fascinar na noite de domingo pelo "Mr. Entertainment". No final do espectáculo, havia quem intitulasse Robbie Williams de "Bruce Springsteen do século XXI" e a opinião era geral: todas as expectativas foram superadas.Num palco semelhante ao de um musical, o cantor pop de 29 anos surgiu no topo de uma escadaria e ofereceu aos espectadores presentes uma viagem ao mundo "RW". Rebelde e sexy, Robbie conquistou o público e exigiu explicações ao "manager" por só agora cantar em Portugal. Fascinante e fascinado, sob intensos focos de luz que oscilaram entre as cores do arco-íris, brincou com a voz e até tocou guitarra acústica.Segundo Diana Figueiredo, representante da promotora Tournée, a organização do espectáculo não foi complicada, apesar de estarem envolvidas cerca de 200 pessoas, porque o trabalho com a equipa de Robbie Williams, que se ocupou de grande parte da produção, "correu lindamente".O "show" de RobbieAs portas abriram pouco depois das 19h30 e as filas, apesar de longas, circularam com rapidez. Uma hora mais tarde, o Pavilhão Atlântico estava semi-cheio. À entrada, Maria João, de 37 anos, revelou estar à espera de "vibrar completamente" com o concerto. Mas, enquanto rostos felizes penetravam pelos acessos, no exterior outros confessavam-se deprimidos. Foi o caso de uma rapariga que durante duas horas e meia tentou a sua sorte: queria muito ver Robbie Williams, mas os bilhetes estavam esgotados e ninguém tinha um para lhe vender.Entre os "felizardos" espectadores encontravam-se grandes e pequenas expectativas. Rosália, uma professora de 40 anos, contou que foi ao concerto quase por acaso e que sabe pouco sobre Robbie Williams, mas o que uma amiga lhe disse sobre o cantor convenceu-a a vir. "Por isso mesmo, não tenho expectativas nenhumas", disse. Pelo contrário, a estudante Filipa, de 19 anos, admitiu ser "fã, mas sem grandes excessos" daquele que considera "o artista do momento", pelo que estava "muito esperançosa de um grande concerto". Sentadas ou em pé, pessoas de todas idades, famílias ou casais de namorados, esperavam a estreia do "entertainer" britânico em Portugal.Nos ecrãs, uma publicidade com Robbie Williams e um desfile de imagens sensuais do cantor ao som de "Walk This Way", original dos Aerosmith, antecederam o momento mais aguardado. Minutos depois das 22h, o Pavilhão ficou no escuro e um som de sirene, acompanhado por uma forte luz vermelha, intensificou o "suspense" entre o público. Teatral e algo trágico, o símbolo "Love RW Hate" foi projectado sobre um pano de cena vermelho, que se abriu a Robbie Williams e à canção "Let Me Entertain You". Uma entrada triunfal que, para uma fã brasileira, Claudinha, de 27 anos, "já deu para tirar o pessoal da cadeira".Durante quase duas horas, acompanhado por 28 músicos e 4 bailarinas, Robbie cantou, dançou, ajoelhou-se, saltou e conversou com os espectadores no Atlântico. Pediu "Lisboa, mostra-me amor", prometeu regressar e tentou falar português: "Estão a gostar?" O público adorou, riu e aplaudiu. "Come Undone" e "Feel", singles extraídos de "Escapology", o mais recente álbum de originais, foram dois momentos altos da noite, mas inesquecível foi "o final, o 'encore' com "Angels", que é a música mais conhecida dele", explicou o engenheiro Francisco, de 37 anos.E se foi "Angels" que o catapultou para a fama em 1997, foi também com essa balada que Robbie distinguiu Portugal, porque, pela primeira vez em concerto, repetiu uma canção. A fumar um cigarro e com a bandeira portuguesa erguida acima dos ombros, ficou a ouvir o público a cantar o refrão. "Senhoras e senhores, foram maravilhosos. Até breve", despediu-se.Ao abandonar a sala, os espectadores não continham o entusiasmo. Uns cantarolavam "My Way", de Frank Sinatra, que tocava nas colunas do Pavilhão, outros planeavam voltar no dia seguinte. Carla, de 25 anos, partilhou o fascínio que sentiu. "Não estava à espera de uma coisa tão forte, tão grande", disse. "Por mim vinha amanhã outra vez". A banda germano-irlandesa Reamonn fez a primeira parte do espectáculo. Antes das 21h, sobre um palco iluminado de vermelho, o vocalista Rea Garvey pediu "Lisboa, dá-me as tuas mãos" e o público respondeu batendo palmas ao ritmo da canção. Durante cerca de 40 minutos, o grupo quase desconhecido entre os portugueses apresentou canções do seu terceiro álbum, "Beautiful Sky", e o single que os lançou em 2000, "Supergirl", entre outros.

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