Portimão admite encerrar ponte de acesso à cidade

O presidente da Câmara de Portimão, Manuel da Luz, admitiu ontem encerrar a ponte rodoviárias metálica de acesso à cidade, caso o Instituto de Estradas de Portugal (IEP) não o informe das suas condições de segurança.Aquela estrutura já com 127 anos, situada praticamente no centro da cidade, é um dos principais acessos a Portimão e uma das cinco pontes do distrito de Faro consideradas "muito perigosas", de acordo com a lista do IEP.Apesar de ter perdido importância após a construção das pontes que sustentam a Estrada Nacional 125 e a Via do Infante, a travessia continua a garantir o acesso a boa parte dos milhares de veículos que diariamente entram na cidade. O autarca algarvio mostrou-se surpreendido com revelação do estudo garantiu que levará o caso à reunião de câmara da próxima semana, para decidir o eventual encerramento daquela ponte sobre o rio Arade.O presidente da Câmara de Tavira, Macário Correia, também criticou o IEP pelo "alarmismo" criado com a divulgação da lista, tendo sublinhado que "as instituições do Estado servem para resolver problemas e não para dramatizar e assustar as populações"."Julgo que há muito nervosismo no interior do Instituto de Estradas. E penso que o próprio presidente e o próprio ministro têm que ter algum cuidado nos documentos que divulgam. Porque senão, em vez se sermos um Estado europeu com grande sentido de rigor técnico, caímos no regabofe, numa situação de alarmismo completo", declarou à TSF. Construída há mais de três décadas, a ponte sobre o rio Gilão, a Leste de Tavira, é a maior e mais alta das cinco pontes algarvias em perigo, segundo a lista do IEP. Há cerca de um ano, Macário Correia protagonizou um protesto contra os máximos de carga e velocidade impostos para circulação naquela ponte, que na altura considerou "ridículos".Também referenciada pelo IEP, a ponte do Barranco Longo, entre Algoz e Silves, já foi demolida, aguardando-se agora a conclusão da obra que a vai substituir, explicou a presidente da Câmara de Silves, Isabel Soares. A travessia substituía uma outra já demolida anteriormente, na sequência das chamadas de atenção da autarca, que pediu uma vistoria urgente após a tragédia de Entre-Os- Rios, em Março de 2001.O presidente da Câmara de Constância, António Mendes, também reagiu à lista ontem divulgada, estranhando que nela não conste a antiga ponte ferroviária sobre o Tejo, adaptada ao tráfego rodoviário em 1988. Não compreende que tenha sido tomada a decisão de fazer uma nova ponte há sete anos e até hoje não esteja sequer definida a sua localização.Quanto à ponte dos Capelos, na Chamusca, uma das que chegou a ser encerrada depois do acidente de Entre-os-Rios e que está interdita a pesados, não consta da lista. Segundo o trabalho do IEP, o distrito de Santarém é o que regista mais situações de insegurança, com 29 pontes inseguras e três muito perigosas.Os autarcas do distrito de Leiria também reclamaram ontem maior rapidez na recuperação das pontes consideradas inseguras ou muito perigosas pelo IEP, para prevenir qualquer acidente.Para Narciso Mota, presidente da Câmara de Pombal - município que tem seis pontes indicadas no relatório do IEP, três delas consideradas muito perigosas -, "o Estado anda a brincar com o trabalho dos municípios", não apoiando as intervenções feitas e "adiando" qualquer obra "até ao último momento".O autarca responsabilizou o IEP pelo mau estado das travessias, apesar dos constantes pedidos de obras por parte do município. Cansado de pedir obras na ponte de A-dos-Francos está Fernando Costa, presidente da Câmara das Caldas da Rainha, lamentando que o IEP ainda não tenha iniciado as obras previstas há dois anos."A ponte está condicionada em termos de tonelagem, mas penso que essa proibição nem sempre é respeitada porque não há alternativas ao trânsito de pesados", alertou.Embora não seja referenciada no relatório , Fernando Costa pediu também uma intervenção urgente na ponte sobre a EN 114, em Trabalhia, freguesia de Vidais, "onde começam a aparecer problemas na estrutura".Já para Jorge Barroso, da Nazaré, o complexo de pontes das Barcas, considerado inseguro pelo IEP, tem sido objecto de "sucessivos adiamentos sem explicação"."É uma situação que nos preocupa e pedimos algumas obras de consolidação antes que haja algum acidente", afirmou o autarca social-democrata.

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