Cadeia sueca de vestuário abre sexta-feira nos antigos Armazéns Grandella

A primeira loja da cadeia sueca H&M abre as portas ao público em Lisboa na próxima sexta-feira ao meio-dia, nos antigos Armazéns Grandella, no Chiado.Com cerca de cem empregados numa área de quatro mil metros quadrados distribuídos por cinco pisos, onde se encontra moda para mulher, homem, jovem, criança, lingerie, acessórios e cosmética, a cadeia promete revolucionar o mercado nacional com os seus preços. Algum do material promocional da campanha de lançamento mostra "tops" a nove euros e vestidos a 22.Além dos preços baixos, estas lojas caracterizam-se pelo facto de não terem material em armazém. Ou seja, se não se encontrar umas calças ou uma saia de um determinado número, não vale a pena perguntar se há. Não há, pois nada é guardado em armazém. A H&M todos os dias recebe mercadoria nova, que de imediato é posta nos expositores. O que há está à vista.Fundada em 1947 e sediada em Estocolmo, a empresa tem actualmente 844 lojas em 14 países, com um total de 39 mil empregados. Rege-se por um código de conduta rígido, com preocupações ambientais e sociais. A H&M anuncia que não trabalha com artigos fabricados com substâncias químicas ou matérias-primas prejudiciais ao meio ambiente. Não permite trabalho infantil nas fábricas de países do Terceiro Mundo que produzem para ela - também recorre à produção europeia - nem prolongamento de horários. Lançou há três anos, no norte da Índia, um projecto para melhorar as condições de vida das mulheres que se estende a várias vertentes: educação para a saúde, direitos femininos e prevenção do trabalho infantil. Na Suécia a H&M é membro de um sector da Amnistia Internacional que reúne várias companhias e, no terreno, tem cem inspectores que verificam se a produção segue as normas laborais estabelecidas e controlam a qualidade e preço dos produtos. Depois de abrir lojas em Espanha, onde o sucesso foi imediato, a H&M chega agora ao Chiado lisboeta, pretendendo estender-se a todo o país. Deverá abrir no Forum Montijo ainda nesta Primavera.A primeira colecção que chega a Portugal tem como rosto de campanha a modelo somali Iman, de 47 anos, casada com o cantor David Bowie, e que foi a primeira modelo negra a ser capa da prestigiada revista de moda Vogue.Os artigos dos cinco pisos da loja do Chiado estão divididos por secções, entre as quais a "Big is Beautiful", dirigida a mulheres com medidas grandes (do 42 ao 56) e a "Mama", para grávidas.No dia da inauguração, a H&M destinou aos primeiros mil clientes um saco-oferta com brindes, entre os quais produtos cosméticos.Desde o incêndio do Chiado que o antigo espaço dos Armazéns Grandella não tem dado grande sorte às empresas que ali se instalaram. Primeiro foram os armazéns franceses Printemps, anunciados com pompa e circunstância, mas que só se aguentaram dois anos, entre 96 e 98, tendo sido obrigados a fechar a porta e a reconhecer o fracasso da empreitada. A gerência disse que o Chiado ainda não se tinha habituado às "department stores".Depois sucedeu-se a "megastore" de desporto Sport Zone, empresa do grupo Sonae, que no início de 2000 optou por largar o Grandella e se mudou, por uma questão de estratégia, para o centro comercial Armazéns do Chiado.Por fim, a editora Valentim de Carvalho também ali se instalou, mas terminou a sua aventura de porta fechada, devido às sérias dificuldades financeiras que, no final de 2001, eram comuns a toda a indústria discográfica portuguesa.Agora chega a vez de a H&M prometer quebrar este ciclo de azar. A.M.

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