Escavações arqueológicas numa aldeia do concelho de Murça

Durante os últimos sete anos, a autarquia de Murça e a equipa colaboradora têm vindo a desenvolver um projecto de estudo arqueológico, de valorização e de divulgação deste monumento. Segundo Maria de Jesus Sanches, arqueóloga orientadora destes trabalhos, em termos de arqueologia, este ano, descobriu-se metalurgia da Idade do Ferro e do Bronze, pedra, cerâmica, vidro e a existência de pedras fincadas e pontiagudas à volta do Crasto. Estes últimos vestígios representam o processo de defesa dos habitantes deste local histórico contra os animais e as pilhagens.

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Durante os últimos sete anos, a autarquia de Murça e a equipa colaboradora têm vindo a desenvolver um projecto de estudo arqueológico, de valorização e de divulgação deste monumento. Segundo Maria de Jesus Sanches, arqueóloga orientadora destes trabalhos, em termos de arqueologia, este ano, descobriu-se metalurgia da Idade do Ferro e do Bronze, pedra, cerâmica, vidro e a existência de pedras fincadas e pontiagudas à volta do Crasto. Estes últimos vestígios representam o processo de defesa dos habitantes deste local histórico contra os animais e as pilhagens.

"Estes vestígios têm uma grande importância patrimonial", referiu Maria de Jesus Sanches. "Pretendemos saber com mais exactidão quais foram os povos que ocuparam este local e que actividades aqui se desenvolviam. Somos historiadores da história que não está escrita", acrescentou a arqueóloga. De acordo com os estudos que foram feitos, entre 3000 e 2000 antes de Cristo, na época do Calcolítico, o Crasto de Palheiros serviu como centro político e religioso aos habitantes da região e, depois de um abandono de cerca de 1700 anos, por volta de 300 antes de Cristo, outras populações indígenas, mas já da Idade do Ferro, fundaram aí um povoado que, posteriormente rodearam de pedras fincadas, e de duas linhas de muralhas.

Para além das escavações arqueológicas, este grupo de trabalho tem-se dedicado à reconstrução do monumento. "Em Trás-os-Montes nunca se escavou intensivamente um castro. Nós tentamos fazer com que cada pedrinha fosse assente de acordo com a plataforma original", explicou Maria de Jesus Sanches.

Segundo João Luís Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Murça, a autarquia ambiciona ainda desenvolver acções que se destinam à preparação da estação para visita e à sua promoção. Os projectos prioritários serão a construção de um centro de acolhimento no local, um parque de estacionamento e o arranjo da estrada de acesso ao Crasto de Palheiros.