Circular de Braga chega à auto-estrada no início de 2003

Só no primeiro trimestre do próximo ano é que a circular urbana sul de Braga ficará completa, estabelecendo uma ligação directa por via rápida entre a cidade e as actuais portagens de Celeirós da A3 (auto-estrada entre Porto e Valença). Segundo adiantou ao PÚBLICO o presidente da autarquia bracarense, Mesquita Machado, essa obra, da responsabilidade da Brisa, deverá demorar cerca de oito meses, coincidindo com a conclusão dos trabalhos da auto-estrada que vai ligar a capital do Minho a Guimarães. Seja como for, a partir de amanhã os acessos à cidade pela Estrada Nacional n.º 14 (Porto-Braga) devem ficar menos congestionados, uma vez que vai ser inaugurado, dois anos depois do início das obras, o troço da variante sul entre a freguesia de Nogueira e a nova rotunda construída antes dos extintos semáforos de Celeirós. O calvário dos automobilistas só não desaparece totalmente porque falta concluir os tais 500 metros que separam o final da circular da praça das portagens, o que os obriga a percorrer a estrada nacional precisamente na zona central da freguesia de Celeirós. Apesar desta limitação provisória, Mesquita sublinha que "é extremamente positivo" poder dispor, desde já, deste novo troço da variante: "É uma das duas obras fundamentais nos acessos a Braga [a outra é a conclusão da circular norte, entre as portagens e a estação da CP, que está mais atrasada], que se vai traduzir numa vantagem notável para os cidadãos do concelho", enfatiza o presidente da câmara. Por isso mesmo, não compreende a ameaça de boicote que paira sobre a abertura desta via rápida, que vai ser inaugurada pelo secretário de Estado das Obras Públicas, Vieira de Castro. Por causa de uma "guerra de placas", moradores de algumas freguesias - com a compreensão, complacência ou apoio mais ou menos declarado dos respectivos presidentes de junta - atravessadas pela parte nova da circular sul prometem estragar a cerimónia, impedindo a passagem do autocarro que vai transportar a comitiva oficial. Em causa está o facto de apenas duas freguesias - Figueiredo e Lamas - terem visto o seu nome "contemplado" pelas placas informativas colocadas ao longo da via pela Brisa. O que desagradou a muitas outras. "Estamos a preparar máquinas agrícolas, tractores e tudo o que seja possível para impedir a inauguração, porque se trata de uma atitude discriminatória", revela um dos contestatários da freguesia de S. Paio de Arcos, citado pelo jornal "Diário do Minho", enquanto o líder da junta é mais comedido. De Lomar chega um apoio institucional: "Vamos estar na contestação. Isto é uma vergonha", desabafa o presidente desta junta. Também as freguesias de Morreira e Esporões estão substancialmente de acordo com os motivos do protesto, ao contrário de Trandeiras.Enquanto a Brisa considera esta polémica "exagerada" e lembra que o IEP (Instituto de Estradas de Portugal) é que tem competência para decidir sobre a localização e conteúdos das placas informativas, Mesquita Machado apela "ao bom senso" da população e mostra-se confiante de que não haverá qualquer boicote, até porque se trata de "uma questão menor". Além do mais, assegura o autarca, a Câmara de Braga já contactou a Brisa, que se "mostrou receptiva a resolver este assunto". Em equação surgem duas soluções alternativas: ou se retiram as placas com o nome das duas freguesias ou, então, acrescenta-se os das outras. Para tranquilizar autarcas e moradores, Mesquita empenha mesmo a sua palavra: "Há o compromisso da Brisa para que isso seja feito e eu sirvo de garantia de que isso vai ser executado". Resta esperar por amanhã para constatar se esta anunciada "guerra das placas" se fica apenas pelas ameaças verbais...

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