O primeiro canal português de sinal aberto a noticiar o embate dos dois Boeing nas torres gémeas do World Trade Center foi a RTP2, dois minutos antes da SIC e quatro antes da RTP1 e TVI. A RTP2 transmitia na altura o bloco noticioso "Euronews", em simultâneo com a estação por cabo do mesmo nome, como é habitual. Os principais blocos noticiosos dos quatro canais de sinal aberto ocuparam, no dia do atentado, 29h02m07s de emissão.Nesse dia, durante os períodos de emissão de notícias, a SIC liderou as audiências com 33,5 por cento de "share", mas a maior fidelização de público coube à RTP1.De acordo com um estudo realizado pela Marktest com o objectivo de identificar as mudanças de liderança e os picos de audiência mais significativos ao longo da emissão do dia 11 nos quatro canais, a tarde informativa, até às 19h30, foi liderada pela SIC, embora a diferença de "rating" (audiência média em determinado momento) entre os três principais canais não tenha sido muito significativa. A interrupção para publicidade às 19h32 foi fatal para a SIC, fazendo o seu "share" cair dos 34,4 por cento para 26,7 no minuto seguinte, ao passo que a TVI subia de 31,9 para 36 por cento. Até às 20h25 a liderança foi alternando entre a TVI e a estação de Carnaxide.A RTP conseguiu finalmente liderar as audiências, ainda que por poucos minutos, às 20h48 (com 37,3 por cento, contra 24,8 da SIC e 24,9 da TVI), mas não por mérito próprio: nessa altura, as duas estações concorrentes fizeram intervalo para publicidade. O mesmo aconteceu precisamente uma hora depois, mas então a diferença em relação à SIC e à TVI não chegou a superar um por cento.A TVI retomou as rédeas das audiências a partir das 21h56 para não mais as largar, não com informação mas com três telenovelas: Anjo Selvagem, à cabeça, logo seguida de Filha do Mar e Olhos de Água.O sucesso das novelas do quarto canal deram-lhe o maior "share" global do dia (32,3 por cento contra 29,9 da SIC e 22,3 da RTP1), mas nos serviços noticiosos ocupou apenas o segundo lugar (27,9 por cento), seguida de perto pela RTP1 (27,2). Mesmo tendo sido a primeira a dar a notícia dos atentados no World Trade Center, a RTP2 esteve sempre em último lugar nas contagens. O "share" diário de 5,4 por cento foi até inferior ao registado na terça-feira da semana anterior (5,7) e à média dos meses de Julho e Agosto. Segundo os dados da Marktest, a categoria vídeo/outros, onde se inclui a TV Cabo e a parabólica, registou um aumento em relação à média de "share" dos últimos meses - que não tem fugido dos oito por cento -, cifrando-se em 10,1 por cento. Para este crescimento terá contribuído o facto de a SIC Notícias ter sido vista por 30 mil espectadores, quando a média costuma rondar os dez mil.Apesar da liderança da SIC no "share" global do dia, o canal de Carnaxide continua sem conseguir inverter a tendência descendente dos últimos meses - 35,5 por cento em Julho, 34,7 em Agosto, 31,4 a 4 de Setembro.O estudo da Marktest mediu ainda o índice de fidelidade dos telespectadores, concluindo que a RTP1 conseguiu "agarrar" mais o público, com uma taxa de 60,7 por cento, seguida pela TVI com 58, enquanto a SIC se ficou pelos 49,4, e a RTP2 com 42,6.Quando a notícia surgiu, os blocos informativos da hora de almoço estavam praticamente na recta final e, de repente, tiveram que, literalmente, ser esticados. E acabaram por durar a tarde inteira. O mais longo foi o Jornal da Tarde da RTP1 (seis horas e 50 minutos), seguido pelo TVI Jornal (seis horas e oito minutos), e só depois pelo Primeiro Jornal da SIC ( cinco horas e 57 minutos). O Jornal da Tarde da RTP1 terminou oito segundos antes do início do Telejornal, enquanto a SIC fez um intervalo de 11 segundos entre o Primeiro Jornal e o especial que chamou de Ameaça Mundial - que substituiu o Jornal da Noite. Mais longa foi a pausa entre o TVI Jornal (almoço) e o Jornal Nacional: 12m43s.