Torne-se perito

Humor de improviso

Caco, Magda, Vavá, e Cassandra fazem parte de uma peculiar família paulista. Sem dinheiro mas com hábitos de rico, os quatro estão constantemente metidos em confusões. As suas peripécias podem ser seguidas em "Sai de Baixo", uma série brasileira de humor que já tem cinco anos de vida e que chegou a Portugal, através do GNT e da SIC.

Desde Abril na SIC (ou há mais tempo para quem sintonizava o GNT) que os espectadores portugueses ficaram a conhecer uma das famílias mais famosas do Brasil. É a de "Sai de Baixo", uma série que apostou em gravar diante de público num teatro paulista. As histórias obedecem a um guião como noutra qualquer "sitcom", mas as improvisações acontecem, provocando risos nos próprios actores, mas também deixando transparecer a naturalidade do elenco. Estreou no Brasil em 1996 e continua a ser um grande sucesso do outro lado do Atlântico. Em Portugal, as audiências também têm vindo a subir. As histórias de uma falida família paulista, que vive no bairro do Arouche, são oferecidas aos portugueses através de dois canais. Desde 1998, no canal GNT (TV Cabo) e desde o passado mês de Abril, na SIC. Na TV Cabo, os episódios são exibidos ao ritmo de um por semana e dizem respeito aos dois primeiros anos da série (1996-1997) enquanto que na estação de Carnaxide são transmitidos de segunda a sexta-feira. A julgar pelas audiências, os telespectadores portugueses começam a ser fiéis ao humor de "Sai de Baixo". Embora passe depois do horário nobre (costuma ir para o ar por volta da meia-noite) os números da SIC comprovam a crescente popularidade da série. A audiência média está entre os seis e os sete por cento, com uma quota de mercado acima dos 40 por cento. Em Julho, a média foi a mais alta de sempre, com a audiência média a subir aos 6,7 por cento , e com um "share" de 49,5 por cento. Na transmissão dos episódios, a SIC não respeitou a ordem cronológica de gravação e os seus telespectadores conheceram a família do Arouche já numa fase adiantada, depois de mudanças ao elenco inicial, à gravidez e ao nascimento do filho do casal Magda/Caco. Actualmente, os episódios transmitidos pelo canal de Carnaxide recuaram no tempo e referem-se ao primeiro ano de gravação do programa ainda com a participação da carismática empregada Edileuza (Cláudia Jimenez). A ideia original de "Sai de Baixo" tem como "pai" o actor Luiz Gustavo (o tio "Vavá" na série), que propôs à TV Globo produzir um programa gravado ao vivo. A proposta foi imediatamente aceite e o realizador Daniel Filho fez questão de escolher pessoalmente o naipe inicial de actores. Apesar de Tom Cavalcante (o porteiro Ribamar, uma das personagens mais marcantes do programa) ser o único actor com experiência em papéis cómicos, e dos restantes actores estarem receosos da receptividade da série, o humor de "Sai de Baixo" parece ter conquistado os brasileiros, comemorando já o quinto aniversário de emissões. Os admiradores do programa deliciam-se com os esquemas poucos claros de Caco Antibes (interpretado por Miguel Falabella), um "snob" a viver à conta da família, que adora falar mal dos pobres, e com os constantes atropelos linguísticos da sua companheira Magda (papel desempenhado pela actriz Marisa Orth), uma mulher extremamente sexy mas igualmente burra. A fraca inteligência de Magda leva Caco ao desespero e resulta numa das frases mais conhecidas do programa: "Cala a boca, Magda!". Sem esquecer os negócios desastrosos do tio Vavá (Luiz Gustavo) e as tentativas falhadas da sua irmã Cassandra (a conceituada actriz Aracy Balabanian) de resgatar, por todos os meios, o prestígio perdido da família. Esta teia familiar envolve ainda o porteiro Ribamar (nos primeiros anos) e a empregada Edileuza (Cláudia Jimenez) mais tarde substituída pela empregada Neide Aparecida (Márcia Cabrita). Os episódios deixam transparecer o ambiente animado e descontraído em que decorrem as gravações. As improvisações de texto acontecem e, muitas vezes, os actores não conseguem controlar os (sor)risos quando se enganam. Mesmo sem atropelos, os actores mostram muitas vezes a surpresa diante da entrada em cena de um colega, principalmente, quando o personagem "troca de sexo". Como é gravado na presença de público, os actores não se inibem de falar com a assistência e, para além de representarem, cantam e (ou) dançam. Ao longo dos anos, o elenco inicial sofreu algumas modificações. Em 1996, a actriz Cláudia Jimenez abandonou a série devido a problemas de saúde e, mais tarde, veio a público reconhecer que os textos não tinham qualidade. Dois anos depois foi a vez de Tom Calvacante por incompatibilidade com os restantes colegas. Entretanto com o nascimento de Caquinho o programa passou a contar, em 1999, com a participação do actor Lucas Hornos. O cenário também mudou no ano passado: a sala de estar transformou-se num bar que é explorado pela família. A estas mudanças juntaram-se duas novas personagens: Pereirinha (Ary Fontoura), o proprietário avarento e o seu empregado Ataíde (Luís Carlos Tourinho). Esta versão pode ser acompanhada no GNT.

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